O «Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)», que contém as prioridades de investimento do Governo para os próximos anos, está em consulta pública até esta segunda-feira, 1 de março. O ansiado nó de acesso à Autoestrada 1 em Anadia não está contemplado no documento, um facto que os deputados municipais do referido concelho lamentaram na última sessão da Assembleia Municipal, que se realizou na tarde de 26 de fevereiro. Teresa Cardoso, presidente do Município, apelou aos deputados das diferentes bancadas para que se registem e participem na consulta pública do PRR.

Em Águeda, o PRR contempla três obras: Eixo rodoviário Águeda/Aveiro; conclusão da ligação, a partir do Nó de Recardães do IC2, da EN333 à EN235 em Perrães, para ligação à A1; e ligação do Parque Empresarial do Casarão (PEC) ao IC2. «No decurso das reuniões referentes a este dossier entre Jorge Almeida (presidente da Câmara de Águeda), Ribau Esteves (presidente da Câmara de Aveiro) e o Ministro Pedro Nuno Santos, o acordo para a execução desta obra está numa fase adiantada», lê-se numa nota de imprensa da Câmara de Águeda.

Se por um lado o dossier de Águeda está «numa fase adiantada», por outro, o ansiado nó de acesso à A1 em Anadia não consta do Plano. «No fundo, Águeda, vai ter três novos acessos e passou-nos à frente, supostamente com a colaboração do presidente da CIRA (Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro)», referiu João Gaspar, da bancada do PSD, que ainda questionou: «Anadia foi estrategicamente colocada de lado?». Também Rui Bastos, do PCP, e Sandra Silva, do CDS, perguntaram a Teresa Cardoso se a Autarquia iria participar na consulta pública. «Houve alguma coisa que não tenha corrido bem?», perguntou a representante do CDS na Assembleia Municipal.

Em resposta, a presidente da Câmara de Anadia garantiu já ter participado, em nome do Município, na consulta pública, reiterando o interesse de um nó à A1 em Anadia e solicitando que cada um, enquanto cidadão, o faça também. «Faltam apenas três dias. Peço a vossa participação», apelou, recordando que «se a reivindicação de Anadia tem mais de duas décadas, a de Águeda terá cerca de três. Tal como a nossa, também a do município vizinho é antiga». «Em Anadia, já nos manifestámos aos vários ministérios e já tivemos reuniões com diversos deputados», enfatizou a edil, sublinhando que a pretensão continua a ser a de se ter este nó em Anadia, «seja mais a Norte ou mais para o Sul».

Também Luís Santos, da bancada do «Movimento Independente Anadia Primeiro», recordou que «a vontade de acesso ao nó da A1 em Anadia é antiga», apelando aos deputados municipais: «Inscrevam-se nesta consulta pública e manifestem o quão imperioso é este acesso para o futuro e desenvolvimento do nosso concelho».

Recorde-se que o PRR tem um período de execução até 2026, com recursos que ascendem a cerca de 14 mil milhões de euros de subvenções, através do Mecanismo de Recuperação e Resiliência da Comissão Europeia. O referido envelope financeiro europeu centra os investimentos nas temáticas da resiliência, transição climática e transição digital».

 

Mónica Sofia Lopes