A Câmara da Mealhada está a auscultar a população de Luso acerca do antigo Cineteatro. O projeto de reabilitação foi adjudicado ao gabinete Cidade Branco Arquitectos e inclui uma auscultação no sentido de saber que memórias as pessoas têm daquele local, bem como o que ali desejariam ter no futuro.
“O executivo liderado por António Jorge Franco tem já traçadas as características genéricas para este edifício que, à partida, será um espaço polivalente, Centro de Interpretação Ambiental, muito voltado para o Bussaco, mas também casa de artes e de desporto. Estando em fase de projeto, é possível ainda acolher as sugestões mais prementes da população”, lê-se num comunicado da Autarquia.
“Julgamos que é importante ouvir a população e sentir as expectativas das pessoas para um espaço que marcou muitas gerações. O projeto tem amplitude suficiente para várias áreas, do ambiente, ao desporto e à cultura. O que procuramos é reabilitar o cineteatro num espaço que faça sentido, aos dias de hoje, à população residente e a quem visita o Luso”, explica António Jorge Franco, presidente do Município da Mealhada.
As datas de celebração marcam as memórias das pessoas. Festas, “bailes de Natal e de Páscoa eram grandes acontecimentos no Luso”, asseguram muitos dos entrevistados, referindo também o cinema na época de verão. Para o novo espaço, apontam o cinema, a música, a arte e as exposições como potenciais atividades a desenvolver, bem como as relacionadas com o Bussaco e com a região. “Que seja uma casa aberta aos jovens”, referiram Teresa Várzeas e Margarida Gonçalves.
“A nossa intenção é reabilitar o edifício conservando ao máximo o que se pode conservar. Este contacto com a população ajuda-nos a ir para esse tempo, a criar uma ligação, a ter maior proximidade na conceção do projeto, tendo em conta os aspetos marcantes que nos vão sendo transmitidos”, explica Mariana Cidade, do gabinete Cidade Branco Arquitectos, também ela natural da vila lusense.
O projeto de execução preconiza a reabilitação do edifício e de todo o espaço exterior envolvente, incluindo as escadas confinantes, que constituem a porta de entrada para a Mata Nacional do Bussaco.