A Filarmónica Pampilhosense assinala os seus 104 anos, no próximo domingo, dia 19 de maio, a partir das 16h30, com um concerto onde se envolverão a filarmónica da Sociedade Boa União Alhadense (Figueira da Foz), sob a direção de José António Firme; o artista convidado Luis Martelo, trompetista internacional, natural de Barcouço; e ainda a participação especial de Rodrigo Leston com a gaita-de-fole.

A 9 de maio de 1920 era assinada a escritura que fazia nascer a Filarmónica Pampilhosense. «Sendo a Pampilhosa o “farol da cultura” no concelho é frequente acontecerem muitas atividades de outras associações e, portanto, decidimos adiar o nosso festejo para um fim-de-semana mais calmo», começou por dizer, ao nosso jornal, Daniel Vieira, recentemente reeleito presidente da direção, explicando como surgiu o repertório musical do festejo: «Fomos convidados, em representação da nossa Filarmónica para assistir a um espetáculo no Centro de Artes e Espetáculo da Figueira da Foz onde estava a Filarmónica de Alhadas e o nosso conterrâneo Luis Martelo». «Correu tudo tão bem, que quisemos trazer para “casa” aquilo que tínhamos visto», disse.

«Vamos abrir a tarde com Rodrigo Leston e a sua gaita-de-fole, cuja indumentária será semelhante à de um escocês. Depois as duas bandas, nós e a Alhadense, juntarão cerca de 70 elementos e serão acompanhadas por Luís Martelo, um trompetista muito medalhado que está em tour (“Além das Notas – A Sinfonia da Superação”) por vários países e cidades portugueses. No fundo vamos mostrar mais um lado do que se pode fazer com as filarmónicas», sublinhou.

Reeleito presidente da direção, no passado mês de abril, Daniel Vieira fala num ligeiro decréscimo de músicos na Banda Filarmónica, depois da pandemia por covid-19, explicando que a Escola de Música da própria associação tem um papel fundamental em reverter a situação. «Hoje em dia as crianças têm muitas atividades por onde escolher, mas estamos a tentar cativar pessoas para integrar esta Escola e pensamos em reativar o projeto de a levar às instituições de ensino do concelho», declarou o dirigente, explicando que «as inscrições estão abertas o ano todo» e que a escola «funciona com as aulas a decorrerem aos sábados, das 14h00 às 20h00, com turma para adultos também e as crianças podem participar, a partir dos sete anos, que é quando conseguem fazer a leitura da música».

Assumindo que a ideia é que alguns possam integrar a Banda da Filarmónica Pampilhosense, Daniel Vieira afiança, contudo, que «os participantes podem só mesmo querer aprender, o que é bom para todos, uma vez que exercita o cérebro e, por outro lado, estão a ajudar uma coletividade, o que para nós é muito importante».

Outro ponto que foi reestruturado com a pandemia, foi o da participação em festas com menos elementos. «Diminuindo os músicos, os valores também são mais baixos e temos mais solicitações. A logística ao levar-se 18 elementos é diferente de 40, como acontecia no passado. Só este ano vamos ultrapassar as duas dezenas de representações», concluiu.

Na última assembleia geral, as Contas, Relatório e Atividades relativas ao ano de 2023 foram aprovadas, por unanimidade, e eleitos os corpos gerentes para o biénio 2024-2025. Assim, Vítor Glória preside à mesa da assembleia-geral, órgão onde Vítor Matos é secretário e João Gomes é vogal. Na direção, Daniel Vieira foi reeleito presidente, sendo João Carvalho o vice-presidente, António Gonçalves tesoureiro, João Marques e João Gomes o primeiro e segundo secretários, respetivamente, e Marco Peralta e Rui Pinho os vogais. No conselho fiscal, Joaquim Tomé é o presidente, Carla Maia a secretária e Francisco dos Santos o vogal.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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