O ante-projeto para o Teatro Avenida no Luso, para já designado de «Sala Polivalente», foi apresentado, em sessão pública, na noite do passado sábado, dia 16 de setembro, na Junta de Freguesia do Luso. Definida a “ideia” do que se pretende para o espaço, o arquiteto, responsável pelo projeto, garante ser “uma obra de reabilitação ‘low-cost’, nada fácil, uma vez que falamos de um edifício construído numa montanha”.

A construção do edifício remonta aos anos vinte do século passado e, por se situar, na encosta fronteiriça com a Mata Nacional do Bussaco, “não é”, e segundo Jaime Eusébio, da Cotefis – Gestão de Projectos, “um projeto fácil de se elaborar e onde se estima gastar cerca de oitocentos e cinquenta mil euros”.

“Será uma obra económica, onde concretamente se incidirá em mil e trezentos metros quadrados, que cumpra os requisitos que, na altura, em que o edifício foi construído não eram necessários”, continuou o arquiteto, garantindo que o essencial será “cumprir as leis de acessibilidades e de segurança, ter instalações sanitárias, escadas e um elevador multi-cargas que pode transportar até mil quilogramas”.

Para além disso, Jaime Eusébio diz ter tido “em conta o conforto, a iluminação no seu interior e potenciar ao máximo o edifício”. “Queremos que esta ‘Sala Polivalente’ sirva, por exemplo, para danças de salão, cinema e/ou teatro. Para isso, pensamos numa estrutura onde tudo seja amovível e desmontável, tanto o palco como o mobiliário”, continuou o responsável pelo projeto, explicando também que “serão criados espaços de arrumação para quando se tiver que tirar o mobiliário”.

“Não vamos demolir o edifício, vamos sim reabilitá-lo, mantendo a sua fachada e tudo o que estiver no seu exterior, que cumpra os requisitos normativos”, disse ainda.

“Com vista para toda a vila do Luso”, o arquiteto enfatiza a localização da “Sala Polivalente”: “É quase único estarmos a falar de um local que se se situa a cem metros de uma Mata candidata a Património da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”.

Questionado por um munícipe, herdeiro de um dos antigos proprietários do Teatro Avenida, que garantiu ter em sua posse algum espólio do espaço, Jaime Eusébio disse “não estar previsto, mas poder criar-se um lugar museológico que dê memória ao passado deste Cineteatro”.

Claudemiro Semedo, presidente da Junta de Freguesia do Luso, elogiou o projeto, afirmando: “Acho que as pessoas do Luso ficam agradecidas e que vai ao encontro do que pretendiam ter na vila”.

Ao «Bairrada Informação», no final da apresentação, Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, disse “estarem a ser feitos esforços para a aquisição de uma casa, muito degradada, que está ao lado do Teatro Avenida”. “Se a conseguirmos adquirir podemos certamente pensar num estacionamento condigno para aquele espaço cultural”, declarou.

Na sessão foi ainda apresentado o estudo prévio para o parque de estacionamento localizado na entrada principal da vila. “Estamos numa fase muito inicial porque ainda faltam pareceres da algumas entidades”, disse Jaime Eusébio, referindo-se a uma área de intervenção de “cinco mil e setecentos metros quadrados, onde três mil serão de áreas verdes”.