Hugo Alves Silva tomou lugar na vereação da Câmara Municipal da Mealhada, na reunião de 5 de junho, depois de ter passado pela autarquia, em regime de substituição, no último mês de 2016 até ao início deste ano. Para que o, agora vereador (o último das listas da Coligação nas autárquicas de 2013), tomasse posse, os restantes sete elementos que se candidataram na lista renunciaram o mandato, não podendo voltar ao lugar, conforme a “lei de renúncia ao mandato autárquico” o obriga.

Na altura, e depois de Hugo Silva ler um documento (ler noticia https://www.bairradainformacao.pt/2017/06/08/sete-renuncias-na-coligacao-colocam-suplente-da-lista-na-vereacao-da-mealhada/), Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, prometeu uma resposta, que foi dada na última reunião, que se realizou no passado dia 19 de junho.

“(…)o senhor divaga sobre o regime de substituição, que o senhor e a coligação conhecem mal, senão não teriam feito as coisas como fizeram. Tão mal andaram, e tão precipitadamente o fizeram, que até levaram à renúncia uma pessoa, que não era de todo necessário que o fizesse. Refiro-me à Sra. Teresa Amorim que tendo sido indicada pelo CDS, só poderia ser chamada após ter-se esgotado a lista de candidatos indicadas pelo PSD, artigo 79.º da Lei 169/99. Pouca sorte Dr. Hugo com todo o respeito, digo apenas que perderam todos, uma boa ocasião para ler atentamente a Lei de que o senhor tanto fala. Ninguém pôs em causa a possibilidade de substituições; houve sim quem não respeitando a Lei, as quisesse fazer de qualquer modo, sem observância do que a Lei exige para que uma substituição se processe, e ao Presidente da Câmara compete-lhe velar pela legalidade das deliberações camarárias, o que fiz”, lê-se no documento de Rui Marqueiro.

Sobre isto, Hugo Silva apenas disse que “o processo administrativo fala por si” e que “nenhum dos outros elementos da lista tiveram disponibilidade para assumir o cargo”.

Uma disponibilidade que o presidente da Câmara critica. “então todos os membros que aceitaram constar da lista da coligação e que o antecedem na respetiva lista, gostam de brincar às eleições, aceitam figurar numa lista não tendo possibilidade de assegurar substituições, caso tal se mostre necessário. Por favor, senhor vereador, não insulte os seus colegas de lista; nós conhecemos todas as pessoas em causa e qualquer uma delas poderia assegurar a substituição do Sr. Eng.º Seabra Pereira. Basta ver o que diz a Lei do Estatuto dos Eleitos Locais para chegarmos a uma conclusão sobre este assunto”, alega Rui Marqueiro, garantindo que “para ser vereador na sua condição basta dispor de duas manhãs por mês, para comparecer às reuniões e para o trabalho político fora das reuniões cada um sabe de si”.

No mesmo documento, e em resposta concreta à declaração em que Hugo Silva afirma assumir “as suas posições frontalmente, olhos nos olhos, sobre qualquer tema, na total ausência de pressões, com a liberdade que deve representar a iniciativa e participação cívica de cada pessoa da nossa terra, faço-o por cada um de nós, não como candidato a presidente, porque aqui é essa a voz que represento, a voz daqueles que pela falsa dependência do poder político se calam por todo o nosso concelho”, Rui Marqueiro responde: “Neste Município não nos calamos por dependência do poder político. O senhor conhece mal este Município e as suas gentes”.