João Costa, Secretário de Estado da Educação, presidiu à sessão de abertura do 8.º Encontro com a Educação que se realizou, durante o dia 25 de março, na Mealhada. Com o tema «(Re)Aprender a Ensinar», Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, fez o balanço do mandato, que está a meses de terminar, ao nível da educativo, referindo que “cerca de setenta por cento ‘dele’ foi dedicado à Educação”.

Para uma plateia de duas centenas de pessoas ligadas ao sector educativo, provenientes de vários pontos do país, João Costa começou por explicar que o ponto de partida do actual Governo é o “sucesso escolar”. “Sabemos que somos dos países onde os alunos mais reprovam e que a eficácia da retenção é pouco produtiva”, disse o Secretário de Estado da Educação, garantindo que “o aluno que reprova tem tendência a voltar a fazê-lo”.

“Temos um problema sério de equidade e de justiça no nosso país que nos prova que os alunos que reprovam têm sempre as mesmas características sociais, ambientais, familiares. E não é justo esperarmos que as causas se resolvam para avançarmos para o patamar seguinte”, garantiu João Costa, desenvolvendo, de seguida, o plano do Governo para a Educação, que assenta em dez pontos “essenciais”: Pré-escolar; Programa Qualifica; Planos de Ação Estratégica; Formação Contínua; Perfil de Competências, Currículo: Aprendizagens Essenciais e Gestão Flexível; Estratégia de Educação para a Cidadania; Educação Inclusiva; Modelo de Avaliação; e Projeto Escolas Inovadoras (alguns deles desenvolvidos em tópicos, mais abaixo).

“‘Rankings’ colocam as pessoas viradas para os números”

Daniela Esteves, presidente da Assembleia Municipal da Mealhada, também esteve presente e mostrou-se preocupada com  “a adaptação da escola ao mundo” e com os “rankings”.

“Vivemos no mundo do aqui e do agora, onde as atrações dos alunos estão fora da escola, mas também sei que a escola faz um esforço enorme para se adaptar e inventar estratégias para ter agumas novidades”, declarou a autarca.

Para Daniela Esteves também há o “problema” dos “rankings” que colocam “as pessoas viaradas para os números”, contudo, considera que os professores têm estado a altura do trabalho e em constante adaptação.

“Discutir a Educação não é um exclusivo da escola”

O tema do Contrato Interadministrativo, que o Município da Mealhada integrou nos últimos anos, foi focado e Rui Marqueiro garantiu: “Quando aceitámos ser um dos Municípios a integrar este projeto pioneiro, pensamos que seria uma coisa boa. E a verdade é que no nosso Agrupamento foi”. “Foi através desse contrato, por exemplo, que conseguimos apoio monetário para requalificação da Escola Secundária da Mealhada e de três Jardins de Infância no concelho”, acrescentou o edil.

Em jeito de resposta, o representante do Governo referiu: “A pedagogia é competência da escola, o currículo é competência da escola, mas é claro que discutir a Educação não é um exclusivo da escola. Tem que envolver professores, pais, municípios e outras instituições. É por isso que é preciso ter tempos de paragem e de debate, como este encontro, para que possamos todos encontrar as melhores soluções para cada um dos alunos”, referiu o governante, garantindo: “Estamos empenhados na dignificação da escola pública”.

“70% do mandato foi dedicado à Educação”

Rui Marqueiro aproveitou para fazer um breve resumo do mandato da equipa que lidera, ao nível da Educação: “Do ponto de vista material, foi neste mandato que se abriram dois Centros Escolares, cujo valor foi superior a quatro milhões de euros com apoio de fundos comunitários; conseguimos fazer obras em escolas; e investimos setecentos e cinquenta mil euros em três campos sintéticos, a pensar nos jovens e na prática desportiva”. “Do ponto de vista imaterial, temos como exemplo estes Encontros”, referiu ainda.

“O Educador” e “A Escola”, “no século XXI, no tempo em que os ‘meninos’ não querem aprender” foram outros painéis debatidos ao longo do dia de ontem.

 

NOTAS

(Desenvolvidas por João Costa, Secretário de Estado da Educação)

 

Pré Escolar

  • Garante que todas as crianças tenham Pré Escolar a partir dos três anos;
  • Épreciso que a transição das crianças dos três anos para o Pré Escolar não seja abrupta;
  • Defendemos uma orientação pedagógica estável e, por isso, estamos a tentar que a educação
    comece dos zero aos três anos.

ENCONTRO SEC. ESTADO

Programa Qualifica

  • Os Programas de Educação para Adultos têm grande impacto nas pessoas perante a escola e também perante a educação dos filhos;
  • Investir nos adultos é investir nas crianças.

Planos de Ação Estratégica

  • Respostas pensadas para cada escola;
  • Tentar agir aos primeiros sinais de insucesso, prevenindo o fracasso escolar;
  • Aulas de apoio são um caro insucesso. O aluno fica exausto da mesma forma de jornada de trabalho.

Formação Contínua

  • Destinada aos professores;
  • Queremos investir 19 milhões de euros em formação de Relevância, Qualidade e Impacto.

Currículo: Aprendizagens Essenciais e Gestão Flexível

  • Os programas são muito compridos e os alunos seguem “a máxima”: Memorizo, despejo, esqueço!
  • O programa curricular é também extenso para os professores;
  • Com tudo isto os mais prejudicados são os alunos com maior grau de dificuldade.

Educação Inclusiva

  • Rececionamos muito, mas fazemos trabalho separado (os alunos estão na mesma sala, mas separados dos outros)
  • A inclusão dão trabalho e consome tempo.

Modelo de Avaliação

  • Consciência sobre o que é ser avaliado.

Projecto Escolas Inovadoras

  • Estamos com um projeto em seis escolas que defende “escolas sem retenção” de alunos e que está a ser muito bem acompanhado.

Imagens: Câmara da Mealhada