Foram divulgadas recentemente informações estatísticas, pelo Ministério da Educação, e a Escola Profissional de Viticultura e Enologia da Bairrada destaca-se por ser a que apresenta a maior taxa de conclusão dos cursos profissionais dentro do tempo e até acima do esperado,  comparando com alunos de todo o país do mesmo nível. O “sucesso”, garantem Adriano Aires e Maria Júlia Barbosa, diretor e diretora pedagógica da escola, prende-se com um “ensino e acompanhamento personalizado”, que implica “todo um trabalho extraordinário realizado pela comunidade educativa e pedagógica”.

O estudo assenta em “informação estatística sobre a demografia e sobre o desempenho escolar dos alunos” de todas as escolas básicas e secundárias do país, nos anos letivos de 2014/2015 e de 2015/2016, apresentando, pela primeira vez, as referentes aos cursos profissionais. E é neste setor que a Escola Profissional de Anadia se destaca com os números a ultrapassarem largamente a média de “alunos do país que, ao entrarem no ensino secundário profissional, tinham um perfil semelhante ao dos alunos da escola, em termos de idade e de apoios da Ação Social Escolar”.

Assim, se a média nacional atinge os 52% e os 55%, nos anos de 2014/2015 e seguinte, referente à “percentagem de alunos da escola que concluem o ensino profissional em três anos ou menos” a Escola Profissional de Anadia arrecada os 86% e os 91%.

Adriano Aires não esconde a satisfação pela posição da escola neste “ranking”, destacando “o método e o sistema na superação das dificuldades” utilizado pela Profissional que dirige. “Tenho que valorizar toda uma política educativa, de monitorização do sucesso escolar mediante uma estratégia muito trabalhada”, explica.

Mas que trabalho é este? “Uma estrutura pedagógica rígida, que tem em conta a assiduidade e pontualidade; um regulamento interno que só permite que o aluno deixe, por período, dois módulos em atraso; e que, no final do ano, não pode ir para contexto de trabalho com nenhum módulo em atraso”, explica Adriano Aires, garantindo que “há, contudo, alunos que nem sempre conseguem ultrapassar estas metas”.

DSC04778E, para isso, a estrutura pedagógica da escola criou as “R.A.” (Reforço de Aprendizagem), que é um apoio dado, em horário letivo, em períodos em que os alunos não tenham aulas do plano curricular. Luís Lima, de dezassete anos, a frequentar o segundo ano de “Desenho de Construções Mecânicas – Moldes”, é um dos “frequentadores”. “Fez uma diferença imensa logo após reprovar no primeiro teste”, confessa o aluno, que reconhece a melhoria que obteve com o “Plano” e garante que “vale a pena o esforço”.

Para além disso, “às quartas-feiras, há apoio técnico de preparação aos alunos que pretendam seguir o ensino superior”, que em média perfazem “25 a 30% dos matriculados e são identificados logo no início de cada ano letivo”.

Adriano Aires enaltece também o papel fundamental da assistente social que, há quatro anos, se juntou às cerca de três dezenas de professores, e “tem uma actividade muito forte mesmo antes dos alunos se matricularem”. “Não há aluno nenhum que venha para cá sem os pais conhecerem a escola e, muitos deles, assistem até a aulas”, explica o diretor da Profissional Vitivinícola da Bairrada, que garante: “Quando um aluno aqui chega, o nosso trabalho está feito de forma a sabermos todo o seu percurso académico, social e familiar. Só assim conseguimos dar uma melhor resposta, a que achamos mais personalizada”.

Maria Barbosa fala também numa escolha “muito atenta dos horários curriculares”. “Tentamos sempre que as aulas científicas aconteçam de manhã, bem como as da componente sociocultural, como é exemplo o Português, colocando as práticas no período da tarde”, com excepção para os cursos de Pastelaria e Cozinha que, diariamente, “preparam o almoço”.DSC04775

“Tudo é pensado de forma a fazermos parte da marca do projeto de uma vida, de um aluno. Temos essa responsabilidade moral!”, concluiu, ao nosso jornal, Adriano Aires.

 

Reportagem de Mónica Sofia Lopes