“A única maneira de vencermos tudo o que temos pela frente é estarmos juntos como agora”. Palavras de Vasco Avillez, presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, na sétima edição das “Jornadas de Enoturismo do Centro de Portugal”, que decorreram, nos passados dias 7 e 8 de novembro, no Grande Hotel de Luso. O programa foi vasto e contou com agenda “recheada” de oradores nacionais e internacionais, bem como de visitas a produtores da Bairrada.

A iniciativa foi promovida por um conjunto de entidades das quais se destacam cinco Comissões Vitivinícolas do Centro de Portugal: Bairrada, Beira Interior, Dão, Lisboa e Tejo. E para Vasco Avillez não há dúvidas: “O que hoje está a ser feito por estas cinco Comissões, será daqui a uns anos feito em todo o país. Só assim pode funcionar!”.

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“Os dias de hoje são nos muito favoráveis. As exportações e o turismo estão a crescer; temos muita paz social e sossego ‘dentro de casa’; e, por isso, temos todas as condições que precisamos para ter sucesso nesta área”, acrescentou o presidente da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa, na sessão de abertura, que aconteceu na manhã da passada terça-feira.

Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, elogiou a iniciativa que “na sétima edição atingiu um patamar técnico extraordinário”. “Hoje mesmo vamos ter um jantar regional na Aliança Vinhos de Portugal (em Sangalhos). Este tipo de ‘ofertas’ atrai cada vez mais turistas e há que desenvolvê-las porque o nosso país tem uma forte sazonalidade e precisa de novas ofertas. Temos de criar e estruturar produtos!”, continuou o dirigente.

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“Quando há oito anos me falaram pela primeira vez em enogastro turismo, eu fiquei espantado. Hoje todos os que aqui estamos, sabemos que faz sentido!”, afirmou Pedro Machado, lamentando “o flagelo dos incêndios” e incentivando “para que não fiquemos ‘amarrados’ a um só produto”. “Novas formas e novas abordagens é disso que temos que tratar nestas jornadas. Precisamos de mais eventos para esta região para ajudar a fixar e captar a atenção”, concluiu.

Antes das jornadas passarem à “ação” deram as boas-vindas ao evento Pedro Soares, da Comissão Vitivinícola da Bairrada, e Jorge Brandão, da Comissão de Cordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

O primeiro painel “falou” sobre Sustentabilidade e a moderadora, Professora Helena Freitas, da Universidade de Coimbra, começou por fazer um desafio. “É preciso o envolvimento das comunidades, há que ‘experienciar’. As nossas comunidades e aldeias podem ser espaços privilegiados e experiências fantásticas de visitação de Caves. Quanto maior for a oferta, melhor!”, disse.

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E foi Nuno Fazenda, da Turismo de Portugal, quem deu a resposta técnica do que é preciso, começando por explicar os dez ativos diferenciados de Portugal: os recursos endógenos (clima e luz, história e cultura, mar, natureza e água); ativos qualificadores (gastronomia e vinhos, eventos); e ativos emergentes (bem-estar e “Living in Portugal”).

Já como cinco eixos estratégicos para o sucesso do enoturismo, Nuno Fazenda colocou o foco “nas pessoas”, enumerando fatores de sucesso, tais como, “proteger, conservar e valorizar o património natural e rural; promover a estruturação da oferta turísticas; dotar o território de sinalização turística; melhorar a experiência nas unidades de enoturismo; potenciar o ‘cross selling’ entre vinho e turismo (exemplificando, com a oferta de vinhoterapia do Grande Hotel de Luso); valorizar os produtos e gastronomia e locais”; e apostar “na formação de recursos humanos especializados”.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Galerias de fotografias, de José Moura, em http://www.facebook.com/bairradainformacao/