Prevenção de doenças, através da realização de rastreios, é o que o Hospital Misericórdia da Mealhada pretende levar a todas as freguesias do concelho da Mealhada. Para isso “escolheu” como parceiro a Câmara da Mealhada, que após “ouvir” o diretor clínico da referida unidade, na última reunião pública da autarquia, pretende “discutir” e avaliar, orçamentalmente, o assunto no próximo dia 20 de março.

“O Coração é a Razão” foi um projeto implementado pela Misericórdia da Mealhada durante seis meses, que pretendeu “reduzir o risco de desenvolver doença cardiovascular em indivíduos aparentemente saudáveis, mas com fatores de risco” e ainda “diminuir a probabilidade de recorrência de doença e morte nos doentes que já desenvolveram manifestações clínicas da doença”.

Para esta prevenção e diminuição da doença, para além dos rastreios e algum seguimento clínico, houve ainda promoção do exercício físico. “Passados seis meses fizemos uma avaliação e os resultados foram visíveis e bastante positivos”, disse Aloísio Leão, diretor clínico do Hospital da Mealhada, explicando que isto se deveu “a um programa de ginástica e de mudança de hábitos alimentares”.

“Esta amostragem deu-nos força para massificar o projeto”, afirmou Aloísio Leão, que explicou que decidiram alargá-lo e criar “Rastreios em Saúde”, que podem ser também visuais, auditivos, respiratórios, doenças venosas e de saúde mental. “Mas a Misericórdia não tem capacidade económica para o fazer”, lamentou o diretor clínico do Hospital, garantindo que “no projeto implementado, recentemente, tudo se passou de forma gratuita, exceptuando uma situação inicial de avaliação do SCORE (Risco Cardiovascular) em que o utente pagou uma pequena taxa”.

“Temos a equipa formada e se edilidade achar que esta é uma mais valia para o concelho, podemos avançar. Sem o apoio da da Câmara, a Misericórdia não o consegue fazer”, afiançou Aloísio Leão.

Presente esteve também Carina Soares, Diretora de Enfermagem do Hospital, que garantiu que “as pessoas não querem que o programa acabe”. “Muitos destes utentes têm patologias associadas ao foro psiquiátrico e faz-lhes bem este convívio”, acrescentou.

José Calhoa, vereador na Câmara da Mealhada, quis que ficasse esclarecido que os técnicos se dirigiriam às freguesias. “A nossa população está cada vez mais envelhecida e sem meios para se deslocar”, apelou. Aloísio Leão explicou: “Por esse motivo é que precisamos da vossa ajuda. Precisamos que nos ajudem neste espírito de missão”. Já Carina Soares acrescentou: “Acreditamos que este trabalho só funciona se formos ter com as pessoas, de forma permanente, e não esperar o inverso”.

Também Arminda Martins, vereadora na autarquia, proferiu algumas palavras. “Sou defensora da unidade móvel do Hospital e, por isso, a ‘chamo’ muitas vezes para ser parceira dos nossos eventos. Vejo com bons olhos este projeto e apelo para que daqui a alguns meses seja feito um balanço, em números, da iniciativa”, disse a autarca.

No primeiro ano de implementação do projeto, que visa a prevenção através de rastreios em Juntas de Freguesia, escolas e estruturas residenciais para idosos, o valor estimado ronda os cento e catorze mil euros. Nos anos seguintes é de oitenta e quatro mil euros. Na parceria “pedida” o Hospital pretende financiar cinquenta por cento do projeto, ficando a cargo da Câmara os restantes cinquenta.