A tiróide atua diretamente no crescimento e no desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação do ciclo menstrual, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e na regulação emocional. 

A glândula tiróide segrega as hormonas tiróideias, que controlam a velocidade das funções químicas do corpo (velocidade metabólica). Estas hormonas têm dois efeitos sobre o metabolismo: estimulam quase todos os tecidos do corpo a produzir proteínas e aumentam a quantidade de oxigénio que as células utilizam.

Para produzir hormonas tiróideias, a glândula tiróide precisa de iodo, um elemento que os alimentos e a água contêm.

No caso do hipotiroidismo, há uma produção insuficiente de hormonas e tudo passa a funcionar mais lentamente. Ocorre também a diminuição da capacidade de memória, cansaço, dores musculares e nas articulações, sonolência, pele seca, ganho de até 4 kg, aumento nos níveis de colesterol e, em alguns casos, depressão, podendo haver ainda frio, queda de cabelo e infertilidade.

No hipertiroidismo, a produção de hormonas é excessiva e as funções do corpo aceleram. Muitos doentes com hipertiroidismo sentem calor mesmo numa habitação fria, a sua pele torna-se húmida, já que tendem a suar profundamente, e as mãos podem tremer. Sentem-se nervosos, cansados e fracos, aumentam o seu nível de atividade e de apetite (embora percam peso), dormem pouco e evacuam frequentemente, algumas vezes com diarreia.

Assim, entre as principais causas de problemas na tiróide está uma alimentação desequilibrada, relacionada principalmente com o consumo inadequado de minerais, como o iodo, o cálcio, o ferro e o selénio, mas também o excesso de peso e a obesidade.

Desta forma, existem alimentos que contribuem para o correto funcionamento da tiróide: algas (clorela e spirulina), mariscos, sal iodado, peixes do mar, feijão, carne vermelha magra, levedura de cerveja, cereais integrais, amêndoa, carne de aves, bivalves, cenoura, abóbora, fruta, gema de ovo, óleo de linhaça, azeite e fibras.

Por outro lado, existem alimentos a utilizar com moderação, nomeadamente as crucíferas cruas ou mal cozinhadas, como brócolos, couve-de-bruxelas, repolho, couve-flor, espinafres, nabo, rabanete e milho. Estes vegetais crucíferos contêm glucosinatos que são metabolizados em tiocianatos, que inibem o transporte de iodo e a sua incorporação na tiroglobulina, aumentando a produção da hormona estimulante da tiróide e a proliferação das células tiróideias.

Contudo, há ainda alimentos que devem ser evitados: açúcar e alimentos refinados com farinha de trigo e açúcar (aumentam a necessidade de insulina e a sua libertação pelo pâncreas obriga a uma boa coordenação com outras glândulas, nomeadamente as supra-renais e a tiróide); cafeína em excesso e chá verde (diminuem a absorção do medicamento levotiroxina); sementes de linhaça (dão origem a tiocianatos); soja (diminui a absorção do fármaco levotiroxina no intestino e é capaz de suprimir parcialmente a atividade da tiróide, para a proporção de 30g ou mais de soja por dia).

Por isso, quer tenha hiper ou hipotiroidismo, procure um nutricionista para um melhor apoio e orientação nutricional, pois a individualidade e as condições de cada indivíduo necessitam de uma abordagem personalizada.

 

Carina Ferreira

Nutricionista 2984N