Decorreu no sábado, 10 de abril, na Escola Profissional Vasconcellos Lebre, na Mealhada, a assembleia geral da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada (SCMM), que contou com a apresentação do “Relatório de Atividades e Contas – Exercício de 2020” e do “Plano de Atividades e Orçamento – Exercício de 2021”. A assembleia ficou marcada pelo descontentamento de João Peres, provedor da SCMM, perante o facto de ainda nenhum dos profissionais de saúde do Hospital Misericórdia da Mealhada (HMM) ter sido vacinado.

“Lamentamos e estranhamos o facto de os nossos profissionais ainda não terem sido vacinados. Já escrevi, mais do que uma vez, às várias entidades e a situação mantem-se inalterada”, critica João Peres, acrescentando que “alguns trabalhadores do HMM já foram vacinados, porque trabalham para outras instituições de saúde”. O provedor recordou, ainda, que, apesar de ter havido uma desaceleração de casos no concelho, estes continuam a existir. “E não são tão poucos quanto isso”, destaca. “Aqui ao lado, em Anadia, os profissionais de saúde da Misericórdia já foram vacinados e na Mealhada ainda não. Estamos descontentes e preocupados com isto. É injusto”, considera.

Nos termos do Compromisso da Irmandade, a Mesa da SCMM apresentou também o “Plano de Atividades e Orçamento para 2021”. Um dos aspetos que a Mesa da Administração lamentou é a diminuição das respostas na área do Apoio Social, numa altura de grandes fragilidades da população: “Com o fim do projeto da Rede Local de Inserção Social (RLIS), por parte das autoridades competentes, e sua recusa na continuidade dos serviços quer através de Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), quer pela dinamização do Centro de Apoio Familiar e Acompanhamento Parental (CAFAP), a área de Apoio Social ficou apenas com a resposta de Cantina Social, que consideramos, no entanto, ter grande relevância social”.

Os responsáveis recordaram, ainda, que “uma instituição desta natureza, dimensão e complexidade é, necessariamente, dinâmica. As Misericórdias têm um papel muito importante nas áreas do apoio social e da saúde, que muitas vezes vai além do que são as políticas públicas para o sector”. “A situação financeira do país, a instabilidade das políticas e a nossa experiência acumulada, obrigam-nos a não dar nada como garantido. Trabalharemos no sentido de obviar as dificuldades que se nos deparem, sempre com um espírito de missão e de criação de riqueza material e espiritual para a comunidade que servimos”, garantem.

«Em 2021, a SCMM estima atingir um volume total de prestação de serviços a rondar os 8,3 milhões de euros e registar em subsídios, doações e legados à exploração a quantia de 1,4 milhões de euros, pressupondo a retoma do nível assistencial na área da saúde no segundo semestre do ano. Ainda assim, a SCMM aprovou um plano de investimentos superior a 600 mil euros, tendo em vista a manutenção e beneficiação de infraestruturas, bem como continuar com os projetos do novo complexo social. Segundo o Plano de Atividades e Orçamento, a atividade na área da Saúde retomará no segundo semestre do ano», lê-se num comunicado de imprensa remetido pela instituição à comunicação social.