“Estou disponível para me recandidatar à Câmara da Mealhada, assim estejam as condições reunidas para que tal aconteça”. Palavras de Rui Marqueiro, presidente da autarquia mealhadense, num encontro com jornalistas, onde o edil fez o balanço do seu mandato e deu a conhecer os investimentos para o ano de 2017 e seguintes, num total que prevê rondar os vinte e sete milhões de euros.

O primeiro ministro já tinha, em novembro passado, deixado claro que daria “luz verde” aos atuais presidentes de autarquias e Juntas de Freguesia, do Partido Socialista, que estivessem em condições para isso, para se voltarem a recandidatar. Mas para Rui Marqueiro “uma candidatura autárquica tem que partir da vontade do partido, começando pela comissão política concelhia”.

“A comissão política ainda não reuniu, mas se esta quiser e aceitar as condições que vou propor, estou disponível para me recandidatar”. Condições que o autarca não desvendou, mas que garante que uma delas “é poder escolher a sua equipa”.

“Mandato com o pior Quadro Comunitário de sempre”

Rui Marqueiro, economista de profissão, explica que muitas vezes é acusado “de não fazer investimento” e que “uma boa Câmara tem que estar endividada”. “Não concordo. Aliás, quem não tiver uma visão economicista, hoje, está tramado! Há que ter cuidado na gestão autárquica, não sobrecarregar os munícipes com taxas e impostos nos valores máximos e não fazer mais do que aquilo que é possível”, disse o edil, acrescentando que, neste mandato, se deparou “com o pior quadro, de sempre, de Fundos Comunitários” e que o facto de existir a Comunidade Intermunicipal, onde estão dezanove Municípios, “nem sempre traz benefícios”.

“Recusamo-nos a aumentar as taxas e prejudicar os munícipes”

Mas garante ter feito um investimento neste mandato “para que a Câmara possa poupar no futuro”. “Temos ações na ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro, S.A, que podem vir a ser muito importantes”, disse Rui Marqueiro, explicando que recebeu, recentemente, “um pedido da entidade que regula as tarifas da água para rever os tarifários dos munícipes”. “Mas a ERSAR (Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos) deve desconhecer que somos o segundo maior acionista da ERSUC e que, em 2016, recebemos trezentos mil euros de dividendos, por isso, nós (na Câmara) recusamo-nos a aumentar as taxas e prejudicar os munícipes”, defendeu.

300 mil euros, em 2016, para turismo e 200 mil para Festame

Também em 2016, o Município da Mealhada investiu trezentos mil euros em Turismo. “Fazemos um esforço brutal para aparecer em Feiras e em todos os locais onde possamos promover o que de melhor temos. E isto tem retorno, por exemplo, o Grande Hotel do Luso  desde 2014 que ‘sofre’ um crescimento”, defendeu Marqueiro, relembrando também a Festame – Feira do Município da Mealhada, onde, anualmente, são investidos “cerca de duzentos mil euros e em que a participação é gratuita, tanto dos expositores como das pessoas”.

Trabalho da equipa elogiado por Rui Marqueiro

Sobre as “grandes” glórias deste mandato, Rui Marqueiro destaca os setores do Desporto, Educação e Ação Social. “Assinámos um contrato com a Educação, que foi um sucesso, e permitiu termos verba para melhorar a Escola Secundária da Mealhada e alguns Jardins de Infância na Freguesia de Casa Comba. Esta proximidade da autarquia com o Agrupamento de Escolas é fundamental e o vereador Guilherme Duarte, soube bem levar os pelouros da Educação e Desporto!”, disse o edil, enaltecendo também o papel da “área social”.

“Há uma grande diferença deste mandato para os anteriores. A vitalidade e capacidade de organização da vereadora Arminda Martins foram inexcedíveis”.

“Antes do betão e do cimento, estão as pessoas”

O autarca falou ainda “da herança” deixada pelo anterior executivo. “Respeitámos escrupulosamente essa herança, mesmo que não concordássemos com muitas das coisas, levámo-la à prática, continuámos o que estava a ser feito de bom, mas deixámos o nosso traço, sempre inspirados pela ideia de que antes do betão, antes do cimento, estão as pessoas”, resumiu.

Projetos para os próximos anos “avaliados” em 27 milhões de euros

E mesmo estando indefinido o futuro autárquico, Marqueiro tem delineado um pacote de investimentos para os próximos anos, onde se destacam dois milhões e trezentos e sessenta e quatro  mil euros para a requalificação da baixa urbana da Pampilhosa; um milhão e duzentos mil euros para o Convento de Santa Cruz e Capelas, no Bussaco; cerca de quatro milhões e quinhentos mil euros para os Mercados da Mealhada e Pampilhosa; e ainda perto de cinco milhões para o novo edifício dos Paços do Concelho.

Para a ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais da Mealhada) estão previstos perto de três milhões de euros que, contudo, serão apoiados por um fundo em oitenta e cinco por cento. Um processo a quem Rui Marqueiro dá os louros “a José Calhoa e sua equipa de funcionários”. “A candidatura é lenta, sabemos que a obra vai demorar dois a três anos e que vai sobrecarregar os nossos serviços municipais, mas é extremamente necessária porque a atual ETAR já não cumpre os requisitos mínimos essenciais”, disse.

“Para além disso, termino o mandato deixando uma conta de gerência, fazendo jus a uma tradição que vem desde a década de noventa”, concluiu.