Vai ser de forma “pomposa” que a freguesia vai festejar os novecentos anos de existência da Pampilhosa, com um programa que decorre de 28 de junho a 2 de julho. Mas a “festa” começa já a 28 de maio, precisamente um mês antes do dia em que o primeiro ministro António Costa virá à Pampilhosa, depois de um “sim” dado ao convite de Vítor Matos e Rui Marqueiro, presidentes da Junta da Pampilhosa e da Câmara da Mealhada, respectivamente.

São novecentos anos e isso bastava, por si só, para fazer da data uma grande festa. “Era fácil sair da realidade local, gastar cinquenta mil euros ou mais, contratar grupos conhecidos e trazer cá muita gente. Mas não o quisemos fazer. Será uma festa feita pelas associações da freguesia para os pampilhosenses, os mealhadenses e as localidades envoltas”, declarou Rui Marqueiro, na conferência de imprensa realizada na manhã de 19 de maio, na sede da Junta pampilhosense.

E será com cerca de dez mil euros que o evento será realizado. “O programa é ambicioso e pomposo, mas com o que conseguimos fazer na freguesia e com o apoio da Câmara, temos a certeza que esta festa realizada pelas ‘nossas’ associações vai ser muito melhor do que trazermos grupos nacionais aqui”, elogiou Vítor Matos, garantindo que “as associações querem todas colaborar”.

Um evento que trará, para além de António Costa; um selo (duzentos e cinquenta exemplares) e um carimbo comemorativos; a entrega (a 29 de junho) de um prémio nacional do Instituto de Demografia, a título póstumo, ao pampilhosense Mário Leston Bandeira, “que foi um ilustre demógrafo do nosso país”; e ainda documentos com novecentos anos, que estarão na Pampilhosa durante cinco dias, provenientes do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, onde se destaca o “testamento da doação da Pampilhosa ao Mosteiro de Lorvão”.

“O documento mais antigo data de 1117, mas vamos ter aqui onze documentos oficiais desde essa altura até 1443”, garantiu Rui Marqueiro, explicando que vão estar expostos no Restaurante Pedagógico da Pampilhosa. “Documentos raríssimos, que exigem um cuidado extremo aos níveis de luz, humidade e temperatura, bem como de um alto nível de segurança. Material avaliado em quinhentos mil euros e que a Câmara só no restauro de um, para poder vir, pagou mais de mil euros”, declarou Rui Marqueiro, alegando, contudo, que “a população da Pampilhosa merece ver estes documentos originais”.

E será a 28 de junho, pelas 11 horas, que o primeiro ministro António Costa estará presente na sessão solene da comemoração dos novecentos anos da Pampilhosa, um ato que se realiza no Pavilhão Municipal da Pampilhosa. “Apesar da demora na resposta, quando esta chegou, veio positiva e com a mensagem do senhor primeiro ministro, dizendo que tem muito gosto em estar presente”, declarou o presidente da Câmara da Mealhada, adiantando ainda que está a ser preparado um dossier para ser entregue a António Costa, “onde serão enfatizados os temas da Ferrovia e da Estação”.  “Algumas linhas do Norte já foram reparadas e a da Pampilhosa ficou para trás…”, lamentou o autarca.

Mas as comemorações começam já no dia 28 de maio, às 15 horas, com um cortejo etnográfico organizado pelo GEDEPA (Grupo Etnográfico de Defesa do Património e Ambiente da Região da Pampilhosa), onde serão recriadas as personagens históricas Gonçalo Randulfe, Telo Gonçalves e Abade Eusébio.

O cortejo, que tem início na reta da Larçã com término no Coreto da Pampilhosa, terá a colaboração da Filarmónica Pampilhosense, dos Bombeiros da Pampilhosa, Agrupamento de Escuteiros, Grupo de Gaiteiros Katembas e dos pampilhosenses. Participará ainda o Grupo Folclórico de Acipreste, de Alcobaça.