O estudo do Plano de Mobilidade e Transportes da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, que abrange os seus dezanove municípios, foi apresentado na Mealhada e entrará em vigor no início de 2020. Quem o disse, no dia 21 de setembro, foi Jorge Brito, secretário executivo da CIM-RC, adiantando que “até 2019 o concurso, com vários lotes, terá que ser lançado”. Para além disso, será criado um sistema de bilhete único, dos diversos operadores de transporte público, setor que representa, atualmente, um investimento somado de cerca de duzentos e treze milhões de euros por ano.

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Jorge Brito começou por falar em “desafio”, numa sessão pública que se realizou na tarde desta sexta-feira, quando se referiu à questão da mobilidade naquela que é a maior comunidade intermunicipal do país e que surge a partir de três distritos: o de Aveiro, Coimbra e Viseu. E a questão da sustentabilidade, rentabilidade e qualidade são as principais premissas do estudo, aliadas à “implementação de uma estratégia de baixo teor de carbono para o território”.

“Não podemos colocar um transporte regular em locais onde não há clientes, não se pode colocar transportes flexíveis (a pedido) em sítios onde os táxis perdem clientes e também não podemos colocar uma carreira ao fim-de-semana por causa de uma pessoa”, disse o secretário executivo da CIM – Região de Coimbra, para uma plateia essencialmente de presidentes de Juntas de Freguesia e representantes de vários partidos políticos do concelho da Mealhada. “O projeto tem que ser sustentável, rentável e de qualidade”, defendeu.

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Na região, ao decréscimo da população, nos últimos anos, junta-se o aumento do uso do veículo próprio perante a diminuição do transporte público e há, por exemplo, um número “muito reduzido da bicicleta, que mesmo assim está acima da média nacional”, sendo Mira e Cantanhede “os locais onde a bicicleta é um meio de transporte popular”.

“A construção de ciclovias urbanas, a criação e requalificação de caminhos pedonais, a implementação de sistema de bicicletas partilhadas e a promoção do modo de ligação casa – escola através de veículos de velocidade reduzida” são alguns dos objetivos do plano, aos quais se juntam a “reorganização da rede de transporte público e o melhoramento dos tempos de percurso entre Coimbra e os restantes municípios da CIM”.

Para além disto, pretende a comunidade intermunicipal adotar “sistemas de informação (por exemplo, painel de informação sobre o tempo de espera até ao próximo veículo e/ou aplicação móvel dos transportes)”, criar “bolsas de estacionamento periféricas e de transporte flexível (isto é, a pedido)” e expandir a “rede de carregamento de veículos elétricos”.

O plano destaca ainda a criação de um “sistema bilhético universal” para os diversos operadores de transporte público, como já acontece no Porto e em Lisboa, onde “o preço a pagar depende do trajeto a efetuar e não do modo de transporte que o utente utiliza ou do número de embarques que efetua”.

Em termos de segurança rodoviária e acalmia de tráfego destaca o plano “a vontade de rever as tarifas na Autoestrada 14 (ligação da Figueira da Foz a Coimbra) e A13 (ligação de Penela, Miranda do Corvo, Condeixa-a-Nova a Coimbra), a conclusão do Itinerário Complementar 6 de ligação de Tábua a Oliveira do Hospital e a construção de uma alternativa à Estrada da Beira”.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografias de José Moura

 

NOTA – Fichas de ação da CIM RC com relação direta com o município de Mealhada:

1 – Definição de uma rede pedonal estruturante – Caminhos de Fátima;

2 – Mobilidade sustentável para escolas (Promoção dos modos suaves para as ligações casa – escola e o desenvolvimento de Planos de Mobilidade Sustentável para Escolas);

3 – Bilhética integrada;

4 – Criação de uma rede de urbanos da CP (Organização de um serviço que faça o transporte de passageiros de forma eficaz dentro da CIM Região de Coimbra);

5 – Ciclovia no Ramal Figueira da Foz | Pampilhosa;

6 – Reestruturação da oferta de transporte público;

7 – Conceção de um Plano de Segurança Rodoviária para os municípios da CIM;

8 – Sistemas de informação ao público (integrando os diferentes modos e sobre vários suportes);

9 – Rede de postos de carregamento rápido para a Mobilidade Elétrica;

10 – Ações de formação / “workshops”;

11 – Rede ciclável urbana na Mealhada e rede de parques de estacionamento;

12 – Caminhos pedonais;

13 – Mobilidade sustentável para escolas;

14 – Bilhética integrada;

15 – Melhoria das condições de acesso ao transporte público;

16 – Gestão do estacionamento;

17 – Plano de Ação Local que inclua um Plano de Acessos às Zonas Industriais.