“Acabou-se a ‘orfandade’ do Bussaco relativamente à Administração Central”. Palavras de Miguel Freitas, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, que tomou posse há cerca de duas semanas, enfatizando que “encontrou no Bussaco o exemplo do que é preciso para a implementação de uma reforma florestal no país”, dando a novidade de que “os estatutos de gestão da Fundação serão alterados e alargados a outras entidades” e deixando a promessa de que será instalada “uma equipa de sapadores florestais”.

Foi literalmente, em pleno “coração” da Mata do Bussaco que Miguel Freitas plantou um sobreiro e falou aos jornalistas. “Acabou a orfandade do Bussaco relativamente à Administração Central! A partir de agora, iremos dar atenção muito especial a este património público florestal, com ações concretas, no terreno, de valorização de uma mata nacional que é muito especial e importante para o país e região”, disse o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, garantindo que “esta foi a sua primeira visita oficial fora de Lisboa”.

Referindo-se ao “Compromisso do Bussaco”, um documento de intenções para a valorização da Mata Nacional e Serra do Bussaco, que junta os municípios da Mealhada, Mortágua e Penacova, Miguel Freitas elogiou: “Vim encontrar no Bussaco o que é preciso implementar na reforma florestal do país. Esta é a matriz que deve ser implementada a nivel nacional e que constrói uma boa relação entre a administração local e a central”.

Atualmente o conselho diretivo da Fundação Mata do Bussaco congrega apenas a Câmara da Mealhada e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), deixando todos os poderes decisivos na autarquia. O secretário de Estado deixou claro que “os estatutos vão ser alterados”, dando assim hipótese a que outras entidades façam parte do conselho diretivo. Sobre o tema, António Gravato, atual presidente da Fundação, deixou “no ar”, que essas entidades “poderão eventualmente ser duas fundações com ligações à freguesia do Luso e uma associação de produtores florestais”.

Já no que concerne aos sapadores florestais, o secretário de Estado prometeu instalar uma equipa no Bussaco, assim que abrirem as próxima candidaturas para o efeito. “Temos um modelo para implementar, que estamos a negociar com a Associação Nacional de Municípios, e queremos que a Mealhada seja complementada com isso. Estamos já a trabalhar e no terreno. Esta não foi uma visita de cortesia”, garantiu Miguel Freitas.

E Rui Marqueiro agradece: “Temos de ter uma atitude preventiva e jamais facilitar em matéria de segurança. A Mata do Bussaco tem um património de importância inestimável, com um valor incrível, que não pode ser descurado pela Administração Central. A Administração Local tem feito os possíveis e impossíveis para proteger esta floresta pública, mas sem a ajuda do Estado, que infelizmente tem faltado, a Câmara não tem possibilidades de materializar na prática todas a medidas necessárias”.

A presença do secretário de Estado no Bussaco serviu também para a assinatura de um protocolo, que visa permitir à Fundação apresentar uma candidatura a apoio à modernização e capacitação da administração pública. “Ousaremos continuar o trabalho nesta Mata que, na região Centro, é o terceiro local mais visitado, sendo só ultrapassado pela Universidade de Coimbra e pelo Portugal dos Pequenitos”, disse António Gravato.