Termina esta quinta-feira, 31 de outubro, o prazo para entrega de propostas ao concurso público internacional para a concessão da exploração do Palace Hotel do Bussaco, por 50 anos, no âmbito do programa Revive (Reabilitação, Património e Turismo). O concurso, de extrema importância para a Mata Nacional do Bussaco, poderá trazer um período de suspensão no que toca ao valor da renda à Fundação, durante quatro anos, período previsto para intervenção no Palace.
Já em setembro passado, ao nosso jornal, Guilherme Duarte, presidente do conselho diretivo da Fundação, entidade que preside ao júri do concurso, afirmava «uma grande procura de investidores interessados no concurso e que têm visitado o imóvel (uma premissa para muitos dos interessados, apesar de não ser requisito obrigatório)», clarificando que «o atual concessionário tem direito de preferência».
Ontem, à comunicação social, Guilherme Duarte referiu ter havido visitas por parte de investidores oriundos do Brasil, de Portugal e até um israelita, mas que «a existirem interessados estão inseridos numa plataforma», fechada.
O nosso jornal sabe que depois do dia de hoje, haverá um período de cinco dias para abertura de propostas, é feito um relatório preliminar com ordenação dos concorrentes. Seguindo-se a notificação com um prazo para que se possam manifestar.
Depois do concurso adjudicado – que incorpora também o tratamento dos jardins do Palace (que continuarão abertos ao público) e intervenções no Chalé de Santa Teresa e nas Cavalariças – a Fundação Mata do Bussaco passará a ter um montante fixo de renda superior atual, «uma vez que atualmente o valor é calculado pelo volume de negócios».
Na última reunião do executivo municipal da Mealhada, o socialista Rui Marqueiro alertou para uma cláusula no contrato «que prevê a suspensão da renda durante quatro anos». «O Turismo de Portugal é que sabe, mas quem sofrerá com tudo isso será a Fundação», declarou.
Sobre isto, Guilherme Duarte explicou que será «o período previsto para obras». Uma medida que corroborou ter que ser acautelada, «uma vez que os turistas querem o Palácio aberto. É um grande foco de visitação».
Recordamos que o decreto-lei para a integração do Palace Hotel do Bussaco no Programa Revive, um modelo que pressupõe a reabilitação e valorização de imóveis públicos do Estado de elevado valor patrimonial, foi aprovado em Conselho de Ministros em abril de 2021.
Mónica Sofia Lopes