Meia centena de marcas e produtores de espumantes de todo o país concentraram-se, na tarde de ontem, no Curia Palace Hotel, cumprindo o primeiro dia da 2.ª edição do Millèsime – Encontro Nacional de Espumantes. Nas primeiras duas horas do evento já era notória a adesão de centenas de visitantes, sendo expectável que o balanço seja superior à da edição do ano transato. Este domingo, 24 de março, as portas voltam a estar abertas, das 15h00 às 19h00. A entrada no evento tem um custo de 10 euros.

O sucesso da primeira edição fez com que o Município de Anadia, organizador do evento em parceria com a revista Grandes Escolhas, pensasse numa segunda edição já em 2024, e não de dois em dois anos como inicialmente se previa. «Este ano, temos um número maior de produtores e contamos novamente com a disponibilidade deste belíssimo espaço», começou por dizer, ao nosso jornal, Maria Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, que sobre a afluência de visitantes logo nas primeiras duas horas, referiu que a expectativa já era esta. «Estivemos presentes na Bolsa de Turismo de Lisboa e levámos como cartão de visita este evento. Logo aí percebemos o interesse por o conhecer, saber onde era, como acontecia», disse.

Sobre o evento se realizar anualmente, a autarca explica que «será efetivamente com a conjugação de vontades e disponibilidades por parte de produtores». O que logo à partida poderá ser fácil. «Já estivemos aqui no ano passado e voltamos a repetir neste porque achamos importante. O facto de ter um custo de entrada, e acontecer num espaço destes, garante que aqui estejam praticamente somente pessoas mesmo interessadas no evento e neste tipo de bebida que tanto enaltece a região da Bairrada», declarou João Ribeiro, das Caves Arcos do Rei, que acrescentou que «mais de 90% do volume de negócios (da empresa) é em exportação. Estamos em todos os continentes, com maior enfoque na China, que é muito forte em vinhos tintos, mas também em brancos; temos um grande mercado em Angola; e agora firmamos parceria com a Ucrânia no que toca a espumantes». «Apesar disto, a pandemia por covid-19 fez-nos reavaliar a nossa presença e reforça-la a nível nacional», disse ainda.

Do Douro, especificamente das Caves Transmontanas, encontramos quatro referências, em prova, do espumante Vértice. «Em 2023 não estivemos e percebemos a importância este evento e, por isso, este ano, tínhamos stock para assegura-lo e nem olhamos para trás», referiu a representante destas Caves em Alijó, acrescentando que no Millèsime se encontra «público informado, que sabe o que está a provar e o que quer provar».

São precisamente os visitantes quem mais aplaudem a iniciativa. «Acabei de chegar, mas estou a gostar bastante. Vim por referência de um amigo que esteve cá no ano passado», afirmou Jorge Cruz, de Coimbra, «apreciador e consumidor de vinho espumante», que considera que este tipo de bebida, especialmente, no que toca a Bairrada «está a viver a sua melhor altura. Não estamos a falar do que vai acontecer, estamos a falar do bom no presente».

Inserido num grupo encontramos Diogo Lopes, oriundo de Aveiro, que também foi aconselhado por uma amiga. «Sou apreciador de espumante e, num sítio como este e com tanta variedade de espumantes, o balanço só poderá vir a ser positivo», enalteceu.

O Millèsime, recorde-se, «reúne os melhores produtores nacionais de espumantes com denominação de origem, e conta com um conjunto de atividades, nomeadamente provas comentadas e de harmonização com iguarias, nomeadamente Leitão da Bairrada, Rojões da Bairrada, ostras, sushi, bem como os doces típicos: Bairradinos, Ovos Moles, Amores da Curia e Morgadinhos.

 

Mónica Sofia Lopes