Chama-se «Minimu Terrarium» e surge de uma simbiose entre a paixão pelas plantas e o design. A ideia partiu de um casal residente na Mealhada, que já faz experiências «caseiras» há cerca de quatro anos, mas só na pandemia viu o negócio espoletar depois de o tornar visível nas redes sociais.

Jorge Sousa é engenheiro ambiental. Ana Mannarino é designer. A paixão dele pelas plantas e a sensibilidade dela para as tornar num artefacto original «construíram» o projeto «Minimu Terrarium». «A nossa casa está repleta de plantas. Eu gosto delas, mas não sei muito bem tratá-las», confessa a jovem, de 34 anos, desvendando que tentaram «encontrar uma forma» para as ter e conservar. «Fizemos uma pesquisa e encontrámos os terrários, que são um mini-mundo em ambiente completamente fechado. Se tudo estiver em harmonia dentro de um terrário, este pode nunca precisar de ser aberto».

E para que isso funcione é preciso que existam determinados componentes no processo. «Para o nosso, escolhemos garrafões de vidro, antigos, de cinco litros. É moroso, uma vez que não partimos o garrafão em lado nenhum e tudo o que colocamos entra pelo orifício de cima através de pás e pinças gigantes. Em baixo colocamos pedra, para poder filtrar a água já inicialmente inserida e que servirá como uma espécie de reservatório. Para que não surja o verdete no vidro inserimos carvão aditivado; depois colocamos terra normal e musgo, em que algumas espécies já conseguimos produzir cá em casa. No final damos largas à imaginação, mas normalmente temos fetos e fitónias», descreve Ana Mannarino, acrescentando que, no final, regam o terrário e selam-no com uma rolha: «A ideia é nunca mais necessitar de ser aberto».

«Sabemos que um terrário está a gostar de ser ali criado quando automaticamente começa a transpirar e no vidro do garrafão começamos a ver gotículas de água. Isso é um bom sinal, significa que as plantas vão respirando, gerando o seu ciclo e acumulando o seu próprio alimento», explica a jovem, afirmando que «quando isto não acontece, deve-se abrir o terrário e colocar um bocadinho de água». «Os terrários não devem estar ao sol. Precisam de luz, mas não direta», diz ainda.

A escolha de um garrafão também não é ao acaso. «A minha outra paixão é a tradição. Gosto muito do nosso país e de tudo o que é nosso e fazemos. Sempre gostei destes garrafões mais antigos», adianta a jovem, que afirma até já ter tido um contacto de Itália. «Os terrários são muito populares neste país, mas nunca tinham visto com este tipo de garrafões», sublinha, garantindo entregas nas zonas da Mealhada, Cantanhede, Anadia e Coimbra. «Já temos muitos pedidos para Lisboa e Porto, mas estamos a tentar agilizar o processo do transporte que tem que ser rápido e eficiente, uma vez que o terrário não pode ficar sem luz durante muito tempo», afiança.

Cada terrário pode ser personalizado. «Já nos pediram cogumelos, joaninhas, ovelhas e ate uma máquina fotográfica. Sou eu que crio estas peças em fimo (pasta de modelagem), mediante o pedido do cliente», explica a mentora do «Minimu Terrarium», um projecto que pode ser encontrado na rede social Instagram e também em https://www.facebook.com/minimuterrarium.

 

Mónica Sofia Lopes