As populações das localidades de Cavaleiros e Ferraria, na freguesia de Barcouço, no concelho da Mealhada, viveram, no passado dia 31 de outubro, uma situação fora do normal, com um surto de moscas e mau cheiro, provenientes do estrume de galinha caído na estrada, ao longo de vários quilómetros, após a passagem de uma viatura que transportava dejetos. Ao final da tarde, toda a limpeza já tinha sido efetuada e a via normalizada.

Quem passou, na manhã desta quinta-feira, na estrada que liga Cavaleiros a Ferraria deparou-se “com dezenas de montes de dejetos de galinha, ao longo de toda a via, nuns cerca de três quilómetros”, disse, ao «Bairrada Informação», João Duarte, presidente da Junta de Freguesia de Barcouço, que, após tomar conhecimento do sucedido, deu o alerta para o Posto da Mealhada da Guarda Nacional Republicana.

Na localidade de Cavaleiros, à hora do almoço e ainda com o estrume na via, não se falava de outra coisa e a preocupação era fundamentalmente em saber se a limpeza aconteceria durante o dia de quinta-feira. Na esplanada do café “Ana Sofia”, a população comentava o sucedido. “Eu estava ali num estabelecimento e vi o camião a passar. Tinha um toldo verde e deviam ser umas 10h 30m”, disse-nos uma das clientes, lamentando que as muitas viaturas, com o mesmo tipo de carregamento, que por ali costumam passar, “muitas vezes, nem tapadas estão”.

No passado dia 31 de outubro, ao que tudo indica, não terá sido este o caso. “Certamente que um dos taipais se deve ter destrancado e foi libertando a mercadoria sem que o condutor tivesse dado conta”, explicou o presidente da Junta de Barcouço, garantindo tratar-se de um “incidente” e que a empresa responsável pelo transporte, com sede em Casal Comba, foi identificada e “se disponibilizou no imediato a resolver o problema”.

Contudo, o cheiro e as moscas em poucas horas proliferaram, tornando o ambiente “insuportável”. “Vou querer isto limpo porque não se aguenta estar no café com a porta aberta”, retorquiu, ao nosso jornal, Maria Belarmina, proprietária do café “Ana Sofia”, confirmando-nos, ao final da tarde, de que “tudo já estava limpo”. Um trabalho efetuado pelos Bombeiros da Pampilhosa, cujos custos foram suportados pela empresa transportadora dos dejetos que, tudo indica, tinham “saído” de um aviário de Barcouço com destino “a uma zona de receção deste tipo de material orgânico existente no município de Mira”, acrescentou João Duarte.

No local, e ainda durante a manhã, estiveram duas patrulhas no local: uma do Posto Territorial da Mealhada da GNR e outra do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente. “A empresa (que transportava o material) foi identificada e notificada com um auto de contraordenação”, disse o Capitão Cláudio Lopes, comandante do Destacamento Territorial de Anadia da GNR, esclarecendo que “os custos da limpeza da via são imputados à empresa”.

 

Mónica Sofia Lopes