O “Inventário e Documentos de Prestação de Contas do ano de 2017” da Câmara da Mealhada foi, na manhã de 19 de março, aprovado, por unanimidade, mas com uma declaração de subscrição condicionada por parte da oposição. Um documento, que depois de enviado ao Departamento Financeiro da autarquia, fez com que a Chefe da Divisão se tenha deslocado à reunião manifestando o seu desacordo.

O ponto da proposta de “Inventário e Documentos de Prestação de Contas de 2017” foi dos primeiros a ser discutido e, apesar dos três vereadores da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada” terem votado favoravelmente, quiseram entregar uma declaração de subscrição condicionada, que Hugo Alves Silva enviou por correio eletrónico para a Chefe da Divisão Financeira da Câmara da Mealhada, sem, contudo, o ter lido na reunião.

Um email que foi visualizado pela Chefe do Departamento, enquanto a reunião decorria, e que levou a técnica superior a dirigir-se à sessão do executivo, manifestando a sua opinião sobre o documento que tinha acabado de receber. “Toda a informação enviada está mediante as normas do POCAL (Plano Oficial de Contabilidade das Autarquias Locais). Dizer que ‘os documentos são sumários’, apenas porque não enviei os que já foram aprovados, não me permite concordar”, disse.

“Este é um documento que vai para o Tribunal de Contas e, sendo a Chefe da Divisão, não podia deixar de vir aqui alertar para o que acabei de ler…”, continuou a técnica, enfatizando que “na informação de hoje apenas estão documentos que ainda não foram aprovados”. “Eu posso digitalizar toda a pasta, mas não me parece que faça sentido voltar a dar o Orçamento, as Grandes Opções do Plano e todas as alterações que foram sendo feitas ao longo do ano, uma vez que já foram aprovados pelo executivo”, continuou.

Arminda Martins, vereadora socialista, quis “conhecer o documento” da oposição, visto não ter sido lido durante a reunião, mas Rui Marqueiro, presidente da autarquia, encerrou o assunto, e dirigindo-se a Hugo Silva, afirmou: “O senhor não pode escrever o que lhe apetecer. Para a ata das reuniões os senhores dizem o que entenderem, mas para o Tribunal de Contas quem decide sou eu!”.

“Se quiser apresente uma queixa!”, sugeriu Rui Marqueiro, acrescentando que “todos os vereadores podem deslocar-se aos serviços da autarquia, mas para um bom funcionamento, têm que avisar!”. “O senhor acha que um ministro, por ser ministro, entra no Ministério de outro colega sem pedir autorização?”, questionou o autarca, alegando que Hugo Silva “entrou nos serviços da Biblioteca Municipal sem pedir autorização”.

 

Mónica Sofia Lopes