Uma verdadeira aula sobre a história do samba é o que o Grémio Recreativo Escola de Samba Batuque se propõe a apresentar nos desfiles do Carnaval da Mealhada. Com cento e vinte e sete desfilantes, a escola, com sede na cidade da Mealhada, está já na reta final para conclusão das alegorias.

“Não deixe o samba morrer” é um tema musical da autoria da brasileira Alcione. “Depois de ouvir a música, foi fácil perceber que era isto que queria levar na Avenida”, disse-nos Renato Alves, o “estreante” carnavalesco do Batuque.

E para quem visitar os corsos da Mealhada verá esta escola apresentar-se, entre outros, com uma comissão de frente, onde estará patente Alcione com seus bailarinos; mestre sala e porta bandeira “vestem as cores do samba e mostram a todos que, passados trinta anos, continuam na escola”; e haverá ainda um Cristo Redentor.

As alas de passistas representarão a raízes afro brasileiras do samba “que nos primórdios era batuque” e “a alma do samba de roda”. A Rainha de Bateria simbolizará “o expoente máximo do samba”.

“O meu anel de bamba, entrego a quem mereça usar” é uma das frases da música de Alcione, que será, neste caso, “carregado” pela ala das baianas. A “velha guarda”, uma tradição da escola, levará o mote: “Antes de me despedir / Deixo ao sambista mais novo / O meu pedido final / Não deixa o samba morrer”. “No fundo é isto que o Batuque se propõe a fazer: Não deixar o samba morrer!”, acrescenta Renato Alves.

Rita Fernandes, porta-bandeira da escola e eleita, recentemente, presidente da direção do Batuque, referiu que “o tema foi escolhido em agosto”, mas que “os preparativos só começaram em outubro”.

No evento de 2017, o Batuque arrecadou o terceiro lugar no concurso promovido pelas escolas de samba e pela Associação de Carnaval da Bairrada. “Este ano, queremos mostrar evolução e fazer com que as pessoas gostem do que estão a ver!”, diz Rita Fernandes, garantindo que “todos querem ganhar e ver o seu trabalho, de meses, reconhecido!”.

A dirigente faz um balanço positivo dos últimos meses. “Felizmente, este ano, tivemos novos membros a entrar para a escola e outros que já pertenceram e quiseram regressar agora, porque gostam do nosso trabalho”, referiu, enaltecendo o novo projeto da escola, o “Batuque convida….”, que já contou com duas escolas de samba e terá continuação depois do Carnaval de 2018 estar passado.

Em jeito de conclusão, presidente e carnavalesco fazem um apelo ao público para que venham ao Carnaval da Mealhada. “É um Carnaval em constante evolução e agora ainda melhor com o regresso ao centro”, explica Rita Fernandes, garantindo que “está ainda mais acolhedor, contagiante e alegre”.

 

Mónica Sofia Lopes