A Junta de Freguesia do Luso quer colocar a população a ler e, para isso, está a promover um programa intitulado “Cultiva a leitura com…”, que foi apresentado, na manhã de 14 de fevereiro, no edifício do Turismo do Luso. Um projeto que “ganhou” um parceiro de peso, a Câmara da Mealhada, que fará com que, ao fim de alguns anos (mais precisamente desde 2008), a Biblioteca do Luso volte a reabrir ao público.
Foi com esta novidade que Claudemiro Semedo, presidente da Junta de Freguesia do Luso, iniciou o seu discurso perante uma plateia de representantes das entidades parceiras no projeto de leitura e de alguns professores e alunos do Centro Escolar do Luso. “Brevemente já teremos a Biblioteca aberta ao público. Estamos na fase de catalogar os livros em parceria com a Biblioteca da Mealhada”, disse o autarca, sobre o espaço que se situará no edifício do Turismo, no centro da vila, e que funcionará de segunda a domingo, das 9h às 17h 30m. “O trabalho da Junta não pode ser só obra física”, defendeu o autarca.
Mas o ponto fulcral do encontro foi a “promoção da leitura” e a forma como a Junta de Freguesia irá promover isso. “Este projeto nasce para que os livros não se diluam nas prateleiras. Tenho consciência do trabalho incansável que é feito nas escolas e nas Bibliotecas, mas é preciso fazer com que ler não seja uma obrigação, mas sim um gosto”, começou por dizer Arlete Gomes, mentora do projecto.
Esta primeira edição terá o escritor José Luís Peixoto como “cartaz” das iniciativas. “Escolhemos este autor porque tem um apego às suas gentes e um sentido de amor à comunidade muito grande”, acrescentou Arlete Gomes.
E são muitas as iniciativas previstas até ao final do ano: “Cantinhos da Leitura”; “Encontro Improvável”; concursos de fotografia, de desenho e de escrita; Bibliotecas de rua; “O círculo de livros”; e por último uma recolha de livros.
Nos “Cantinhos de Leitura”, a Junta conta com os parceiros Atlético Clube de Luso, Fundação Bussaco, Luso Ténis Clube, Centro Escolar do Luso e Centro Social Comendador Melo Pimenta. “Pretende-se que estas entidades promovam um foco na leitura individual de cinco minutos e que depois partilhem ideias”, disse Arlete Gomes, que continuou a explicação, dizendo que o “Encontro Improvável” se cinge “a excertos de obras de José Luís Peixoto, neste caso, por diversos locais, como Mercado, Café, Igreja,…”.
Os concursos “para além de promoverem a ‘criação’, serão alvo de exposição, que atrairá as pessoas à Biblioteca”. “Serão estas, posteriormente, que participarão na escolha dos vencedores”, declarou ainda a mentora do projeto, enfatizando que, “inseridas no programa de animação do Luso, irão também ser feitas ‘Bibliotecas de Rua’, com espectáculos para as crianças”. Eventos, posteriormente, levados ao Centro Escolar do Luso.
O “Círculo de Livros” será uma forma de serem partilhados, sem custos, os livros dos leitores, “que podem trocar os seus por outros e que estarão disponíveis num espaço criado na Biblioteca”.
A primeira edição (“de muitas”, segundo Claudemiro Semedo) desta iniciativa tenciona terminar “com a criação de uma árvore de Natal feita de livros, doados pela população”. “Dependendo do estado em que estão, doaremos depois a uma instituição. Para mim este projeto, para além da leitura e de livros, é um projeto de partilha de uma comunidade, que deixa de o ser quando não há, precisamente, partilha”, disse Arlete Gomes.