Um acidente na Rua Dr. Nóbrega Araújo, na Póvoa da Mealhada, levou mais uma vez um munícipe à última reunião do executivo a alertar para o perigo daquele troço, bem no centro da localidade, de apenas um sentido, sem passeios e onde «a maioria dos condutores passam em excesso de velocidade». O presidente da Autarquia apelou «a que se cumpra a velocidade permitida nas localidades» e comprometeu-se «a ir ao local» na tentativa de arranjar solução até à remodelação da rua.

«Estive aqui há um ano a levantar os problemas da minha rua, sugerindo placas de sinalização e lombas. No passado fim-de-semana, na madrugada de 21 de julho, cerca das 5h10, a velocidade de um veículo foi tão grande que partiu parte do meu rebate, uma caleira e ainda bateu no meu carro», declarou Carlos Jaime Ferreira, acrescentando que «dentro do veículo seguiam quatro meninos, que felizmente não sofreram ferimentos». «Diariamente passam por ali 200 carros e são muito poucos os que não excedem a velocidade», enfatizou o munícipe.

António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, mostrou-se «impressionado» com as fotografias do capotamento que lhe fizeram chegar, afirmando que «as pessoas abusam muito em zonas urbanas e naquela zona é incompreensível porque até há carros estacionados à direita. O acidente que ali aconteceu, de certeza que não podiam ir a 50km/hora».

Carlos Jaime Ferreira recordou ainda que «há 14 anos os moradores já tinham alertado para o perigo que ali existe. Este problema tem anos e eu tenho de olhar pela minha saúde».

Declaração que levou o presidente da Autarquia a informar que «está previsto um projeto para aquela rua, uma das mais importantes por ser uma zona de padarias». «Há ali umas lombas ao início (antes da curva da habitação do morador), mas vou ver a questão da sinalética e junto dos serviços analisar se conseguimos colocar ali uns pinos em PVC que obriguem ao desacelaramento».

Também José Calhoa, vereador da oposição eleito pelo Partido Socialista, referiu que «a circulação na Póvoa nunca foi fácil» e que o morador que se deslocou à reunião «tem sido muito martirizado». «Uma placa de limite de velocidade, por maior que seja, ninguém a vê», lamentou.

Poucos dias antes deste acidente, a proprietária da padaria, onde este acidente ocorreu, viu um dos seus veículos lesado. «Bateram do lado do condutor até ao meio do carro. Foi de tal forma que o pneu rebentou, dobrando completamente a roda», disse ao nosso jornal, falando num arranjo «de quase três mil euros». «Deveria existir um radar de controlo de velocidade e uma passadeira daquelas altas, porque ali, num dia normal de semana, passam como se estivessem numa autoestrada», sublinhou.

 

Mónica Sofia Lopes