Está lançado, desde a manhã de ontem, o concurso público internacional para a concessão da exploração do imóvel Palace Hotel do Bussaco, por um prazo de 50 anos, no âmbito do programa REVIVE. A apresentação, feita pela arquiteta Leonor Picão, aconteceu no Espaço Educativo da Mata Nacional do Bussaco. O presidente da Fundação realçou o facto de o «Bussaco ser dos lugares mais visitados na região Centro» e o presidente da Câmara da Mealhada referiu estar disponível «para acompanhar o Estado nos investimentos a fazer na Mata do Bussaco para continuar a requalificar e a valorizar aquele património localizado no concelho da Mealhada». O secretário de Estado das Florestas anunciou pedir, nos próximos dias, ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e à Fundação «o relatório do trabalho desenvolvido, assim como a partilha das dificuldades», prometendo «dedicação e foco no trabalho de acordo com estes dossiês em concreto».
O concurso público internacional de concessão do Palace Hotel do Bussaco, integra um conjunto de edifícios anexos, muitos deles devolutos, nomeadamente, Casa dos Cedros, antiga secretaria dos serviços florestais, garagem, Casa de Forja, Casas de Secagem, Cavalariça e também o próprio jardim histórico. «O Revive tem preocupações com as questões sociais e ambientais, em parceria com o ICNF, dando importância à sustentabilidade ambiental, no que toca a dois pontos: o da biomassa e o de circulação de água», referiu a arquiteta Leonor Picão, garantindo que «quem vier a jogo tem de escolher pelo menos um destes».
No que toca às obrigações do caderno de encargos estão também «a qualificação da equipa projetista; assegurar um horário de visitação dos espaços públicos do Palace Hotel do Bussaco; e a manutenção dos espaços verdes integrados na área de concessão».
O concurso está aberto até 22 de outubro do corrente ano, com um valor mínimo de renda anual do concessionário ao Estado no valor de 51.355,80 euros e com direito de preferência o atual usufrutuário do espaço, o grupo hoteleiro Alexandre de Almeida.
Guilherme Duarte, presidente da Fundação Mata do Bussaco, recordou que «a Mata Nacional do Bussaco é dos lugares mais visitados na região Centro, com visitantes oriundos de mais de cem países, e estamos convictos que depois das obras muitos mais virão, até porque é determinante assegurar a preservação desta história». O dirigente destacou ainda o facto do Bussaco ser a única Mata na Península Ibérica com estatuto de «Floresta Terapêutica».
«O património aqui existente merece a dedicação de todos, muito em especial, a sensibilidade do Governo Central para continuar a apoiar este ponto de atração turística, no que diz respeito ao investimento e à recuperação do património existente», sublinhou António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, elogiando o edifício do Palace que «é único, num espaço único» e cuja a atual concessão «expirou em 2001», sobrevivendo através de «contratos precários». «O Revive é uma ferramenta inovadora e, no caso do Bussaco, este investimento pega em memórias. Estamos disponíveis para acompanhar a Administração Central no investimento necessário para estes objetivos», prometeu, defendendo «a aposta no turismo militar, que deve ter continuidade» e refutando «a importância da Via Sacra do Bussaco, a réplica mais fiel à de Jerusalém, que muitas vezes esquecemos».
«É uma pérola do nosso país com 105 hectares muito especiais e mais de duas centenas de espécies arbóreas», elogiou Rui Ladeira, secretário de Estado das Florestas, admitindo que este Revive na Mealhada é «um projeto que há anos precisava de sair do papel». «De tudo farei para preservar e valorizar a Mata do Bussaco», rematou.
Texto de Mónica Sofia Lopes
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