Com mais de meio século passando por vários locais da vila, o Polo de Leitura da Pampilhosa, no concelho da Mealhada, está instalado e aberto ao público, desde ontem, no Mercado Municipal da localidade. Na cerimónia de inauguração, a sala encheu-se de convidados, entre entidades oficiais, crianças e utentes do Centro de Assistência Paroquial da Pampilhosa e elementos do grupo de teatro amador Aguarela de Memórias, entidade que levou a cabo um momento cultural.

«Este é o vosso espaço com todas as dinâmicas que aqui serão construídas», começou por dizer Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia da Mealhada, destacando «a vida cultural muito intensa existente na freguesia da Pampilhosa». «Queremos que este seja um espaço gerador de dinâmicas culturais, tendo a noção e certeza que o facto desta Biblioteca estar instalada no Mercado trará muitas pessoas devido à sua centralidade», disse ainda.

Mário Gaspar, presidente da Junta de Freguesia da Pampilhosa, começou por dizer ser este «o quinto lugar que a Pampilhosa tem como Biblioteca, num esforço agora feito pela Junta e, principalmente, pela Câmara Municipal. Esperemos que sirva a população porque era uma pergunta diária que tínhamos por parte dos fregueses». O autarca congratulou ainda as funcionárias afetas à Biblioteca Municipal «que estão satisfeitas com esta abertura, depois de trabalharem dia e noite» e enfatizou que «o melhor namorado que podemos ter é um livro». «Frequentem este espaço e critiquem-no porque estamos disponíveis para continuar o nosso trabalho», rematou.

António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, começou por dizer que gosta de mercados, local onde vai «muitas vezes, nem sempre para fazer compras, mas para outras atividades que lá existam». «A Cristina (tesoureira da Junta) foi das pessoas que mais força deu para que o Polo fosse muito mais do que uma biblioteca e pudesse ser um local de estudo e/ou de atividades culturais», continuou o edil, admitindo «“surpresa” na quantidade de pessoas que aqui estão hoje».

Carlos Cabral, presidente da Assembleia Municipal da Mealhada e residente na vila da Pampilhosa, recordou a história da Biblioteca na freguesia, que garante ter mais de meio século. «A Biblioteca itinerante da Gulbenkian começou a vir com menos frequência, tendo mesmo terminado e houve um movimento para que os livros que lá andavam ficassem em algum espaço na Pampilhosa. A Gulbenkian permitia, mas não tinha ninguém para lá ficar e um voluntário ofereceu-se para o fazer aos fins-de-semana, num edifício que hoje é da Junta, na Rua da Feira, funcionando assim durante alguns anos», recordou, relembrando que também passou pelo antigo quartel dos Bombeiros. «Durante cinquenta e tal anos improvisou-se em vários locais, mas hoje temos a Biblioteca aqui, com melhores condições do que tinha, apesar de considerar que, com esta idade, já carecia de ter o seu próprio edifício», disse, defendendo que «em cada aldeia deste país deveria haver uma biblioteca. Esse deveria ser o plano do Ministério da Cultura».

A sessão contou com recitação de contos e textos de poesia, por parte de dois elementos da Aguarela de Memórias, que apelidaram o espaço «de bonito e acolhedor». «Uma parte essencial do nosso trabalho passa pela pesquisa e vamos deixar de “marchar” até à Mealhada, tendo disponível este novo local. Temos esperança de que aqui se possam continuar a promover autores marcantes da dramaturgia»», referiu Ana Soares.

O Polo de Leitura situa-se junto ao Espaço do Cidadão no Mercado da Pampilhosa e está aberto, de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h30, com permanência de um funcionário municipal.

Recorde-se que a Biblioteca Municipal da Mealhada dispõe de polos de leitura na Pampilhosa, em Luso e no Arquivo Municipal da Mealhada, bem como a biblioteca itinerante BiblioMealhada.

 

Mónica Sofia Lopes