«A digitalização das empresas é uma inevitabilidade nos dias de hoje». Foi esta a conclusão do último painel da iniciativa «Ponto Empreendedorismo», uma iniciativa da Associação Comercial e Industrial da Bairrada e Aguieira e do Município da Mealhada, através do Espaço Inovação da Mealhada, que se realizou nos passados dias 17 e 18 de junho.

«Antes da pandemia ninguém estava à espera deste aceleramento. Passámos a usar o mbway, o contactless e a intensificar, por exemplo, o delivery», começou por referir    Jorge Brito, secretário executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, defendendo que «a digitalização para as empresas é um fator de competitividade» e que «há um conjunto de apoios, incentivos e oportunidades financeiras para a transição digital». «O quadro de oportunidades existe», referiu, sublinhando, contudo, que «a questão administrativa / apoios seja ainda o mais complicado para os interessados». «Não há nada pior para uma empresa do que a imprevisibilidade, nomeadamente, nos tempos de resposta», disse ainda.

Cláudio Matos, vice-presidente da direção da ACIBA, lamentou que «os empresários tenham falta de apoios, ao nível de tesouraria, e de recursos humanos na nossa região». Uma declaração corroborada por Jorge Brito que explicou que «nada se faz sem pessoas» e que «a economia tem falta de recursos humanos, essencialmente dos sectores primários».

Celso Simões, do Gabinete de Desenvolvimento Económico e Social da Câmara de Penacova, referiu que «a digitalização é uma inevitabilidade», mas focou também o facto «da sustentabilidade ambiental ser já uma grande preocupação do público». Filomena Pinheiro, do Turismo Centro de Portugal, disse também que, com a pandemia, «o digital foi uma forma de manter os destinos vivos».

Presente no debate esteve Rita Sousa, da «ACASO by Rita», que explicou que «a marca foi criada e trabalhada em plena pandemia» e que o seu lançamento aconteceu no passado mês de fevereiro. «Foi um trabalho de muitos meses de pesquisa que culminou numa loja online e que, por isso, não precisei de grande investimento inicial. Está a ser uma experiência positiva», confessou a jovem.

Antes do painel de encerramento, Nuno Canilho, vereador na Câmara da Mealhada, falou de «Cultura» e da «revolução tecnológica» que a pandemia lhe trouxe. «Quantos espetáculos assistimos nós em direto até março de 2020? Hoje todas as ações culturais que se realizam têm o “streaming” em cima da mesa», referiu o autarca, garantindo que a cultura se tornou «mais democrática, mais acessível e mais direta». «Há grandes oportunidades de negócio nesta área. O investimento público vai diminuir, mas, por outro lado, o investimento privado vai crescer», defendeu, declarando que o público também está mais exigente: «Hoje quando vejo um filme quero também ver o seu backstage; hoje não quero só saber que o pão da Mealhada é interessante, quero também fazer o pão».

 

Mónica Sofia Lopes