Numa pergunta enviada ao Ministro do Ambiente e Ação Climática, o deputado do CDS João Pinho de Almeida quer saber se a tutela está em condições de revelar quais os cursos de água que, no distrito de Aveiro, estão afetados pelo jacinto-de-água e que medidas estão a ser tomadas, a nível nacional e, especificamente no distrito de Aveiro, para contenção e remoção do jacinto-de-água nos cursos de água afetados.

João Pinho de Almeida questiona também, não sendo possível a sua erradicação, que medidas estão a ser tomadas pelos organismos competentes – nomeadamente a Agência Portuguesa do Ambiente e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas – para combater esta praga e evitar novas invasões, e que intervenções foram já realizadas e com que resultados.

O deputado do CDS quer ainda saber se é verdade que já foram realizados em Portugal testes com gorgulhos para controlar o jacinto-de-água, e se sim, com que resultados, e se é verdade que esta forma de controlo ainda não está autorizada, e se, tendo o resultado sido positivo, por que motivo ainda não foi autorizada a utilização de gorgulhos para combater e erradicar o jacinto-de-água dos rios portugueses afetados.

O jacinto-de-água (Eichornia crassipes) é considerada uma das plantas invasoras aquáticas mais problemáticas em Portugal. A sua beleza é ilusória, já que se trata de uma planta extremamente resistente, que aguenta grandes alterações ambientais e que compete com as espécies autóctones, impedindo a entrada de luz solar e a oxigenação da água, com graves consequências para a fauna e a flora dos cursos de água afetados.

Além disso, reproduz-se de forma extremamente rápida devido à sua elevada capacidade de reprodução vegetativa e das suas sementes. No espaço de um mês, um indivíduo desta espécie pode produzir entre 50 e 70 outros, de acordo com um plano para o controlo do jacinto-de-água no rio Sorraia elaborado pela Administração da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, que está sob tutela da Agência Portuguesa do Ambiente.

No distrito de Aveiro, o jacinto-de-água ocupa já uma parte muito significativa de vários leitos, com graves prejuízos para os sistemas de regadio agrícola afetos aos cursos de água e afluentes, nomeadamente nos concelhos de Aveiro, Águeda e Oliveira do Bairro.

O combate à praga do jacinto-de-água é da responsabilidade do Ministério do Ambiente e Ação Climática, como recentemente frisou o Presidente da Câmara Municipal de Aveiro a propósito deste grave problema que afeta a Pateira do Carregal. De acordo com declarações reproduzidas pela comunicação social, o problema do combate, ou da ausência dele, radica na falta de meios, técnicos e financeiros, para proceder às intervenções devidas.

Efetivamente, o controlo do jacinto-de-água é muito dispendioso e difícil e, segundo especialistas, é muito importante apostar na sua deteção precoce, já que caso seja necessário remover o jacinto-de-água, nos casos mais graves, isso só é possível por via mecânica, com ceifeiras aquáticas.

Recentemente, numa reportagem do jornal Público, uma investigadora assinalou, no entanto, que se deveria começar a pensar no controlo biológico, como com gorgulhos e fungos, já usado na América do Sul e na África do Sul. De acordo com a reportagem, em Portugal também já foram realizados testes com gorgulhos para controlar o jacinto-de-água, mas esta forma de controlo ainda não está autorizada.

A preocupação com o aumento desta espécie em todo o país levou mesmo a Assembleia da República a aprovar vários projetos de resolução no sentido de recomendar ao Governo um plano nacional para a sua erradicação.

 

Fonte: Grupo Parlamentar do CDS-PP

Imagem com Direitos Reservados