É facto: Estamos de parabéns porque temos um Português como secretário-geral da ONU.

Iniciou a sua tomada de posse há poucos dias, “benzendo-se” no fim da vénia que fez em homenagem aos colaboradores da organização que perderam a vida em serviço. É bem!

Mas depois surpreendeu-me ao iniciar o seu discurso aos colaboradores que a televisão transmitiu, com a frase: Julgo ser útil dizer que não há milagres” !

Não achei a coisa congruente! Mas porventura só eu é que reparei e, se assim for não virá mal ao mundo!

E, já que vi, pensei: Ora esta!? Então não disseram ao Sr. que temos que acreditar que sim? Que há milagres? Nem que seja como da forma como acreditamos no pai-natal!

Se não for assim, então, nesta altura a malta vai acreditar em quê?

– Que só com trabalho e disciplina é que vamos lá? Que temos de trabalhar para ganhar dinheiro? Que se não se mexermos, ficamos parados? Que se pegarmos em armas não teremos paz? Que para sabermos temos de apreender? É que assim a coisa é uma canseira… e logo para nós os Portugueses!

A malta sabe bem que não os há, mas não havia necessidade!

Mas porém, todavia, contudo, a questão do ponto de vista filosófico, deveria ser analisada de forma… assim… tipo, mais a fundo. Eu acho.

Até porque a palavra do ano é “geringonça” e uns dizem que governa, outros falam que desgoverna e muitos dizem, vejam lá, que faz milagres! Eu garanto que já ouvi isso na televisão!

E caramba, assim ficamos com um nó no cérebro, sem saber se devemos acreditar em milagres ou no Sr. Guterres e tudo o que isso envolve ou… não!

Bem, por um lado poderíamos dizer que a referência de vocabulário a “milagre” até podia ser encarado como dizer “graças a deus” quando dito por um ateu, mas por outro lado, assumir-se como religioso e logo a seguir dizer que “não há milagres” é acreditar… que não há! Ponto.

E depois se o Sr. Guterres o diz é porque não os há! …E ficamos tristes! E amuados e pronto! Por mim tudo bem, mas por mim também, acho que um outro Sr. (com letra grande) de nome Francisco vai vir comprar óculos novos e um lápis quando vier a Fátima e vai ensinar a fazer outras contas ao Sr. Guterres! (calma, estou só a brincar aos trocadilhos, ok?)

Mas, volto ao mesmo; e agora? Em que ficamos? Há ou não há milagres?

– Se o Sporting for campeão é um milagre? Se tivermos um novo presidente da camara na Mealhada é um milagre? Ou se nos calhar o Euro milhões, é milagre? Ou se a moça que dança como um pinguim no choco aprender a cantar é um milagre?

Eu respondo a todas que… é possível que sejam!

Mas eu aviso, não vale é dizer logo á partida, que não os há e ficar á espera deles! Mas também posso dizer, lá no fundo acho que Sr. talvez tivesse querido dizer “que los hay, los hay” mas ele é que não sabe como se fazem nem é a ele que lhe cabe fazê-los!

Hum… cá para mim foi isso! Há milagres, mas é lá com os Deuses. Aos humanos cabe-nos fazer com que as coisas aconteçam, se as quisermos de facto!

E desse ponto de vista, ainda bem que foi o Sr. António Guterres a dizer o que disse, porque se fosse eu era logo acusado de ser do contra (eu o coitado!). Mas na verdade não posso negar que já não soubesse que não há milagres! E confesso-vos, foi o mesmo Sr. Guterres que mo disse quando foi primeiro-ministro e, que à semelhança de outros… de facto não fez milagres!

(Mas, lá vou eu, também penso que ele e outros, bem que poderiam ter feito mais um “cachito” para que parecesse milagre, fazendo obra, tipo mais visível, se é que me faço entender).

Mas pronto fiquemos assim; Não há Deus que valha quando o “homem” não quer! E acho mesmo justo dizer que, não acreditando em milagres, “que los debería haber… debería”! – Porque se não os houver, vai ser durito de aguentar pelo menos aqui em Portugal, quando todos tiverem a certeza que já tem o nosso secretário-geral da ONU… que não há milagres!  Haja Deus!

 

Adérito Duarte