O executivo municipal na Mealhada aprovou, por unanimidade, na última reunião, algumas medidas preventivas de condicionamento à edificação em espaço rural. A informação elaborada pelo Gabinete Técnico Florestal do Município da Mealhada, em colaboração com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra, no âmbito do decreto-lei 82/2021 – Sistema de Gestão Integrada de fogos rurais no território continental -, disponibiliza um conjunto de sugestões de prevenção em caso de incêndio.

«Temos aqui um conjunto de sugestões para as construções em zonas rurais, para que as pessoas, em caso de incêndio, estejam protegidas», referiu António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, adiantando que a informação ficará disponível no sítio da internet do Município, «mas também sempre que as pessoas tenham contacto com os nossos técnicos».

Sónia Leite, vereadora eleita pelo Partido Socialista, manifestou algumas dúvidas, nomeadamente, quanto ao facto de ser sugerido que os munícipes «tenham de ter o espaço regado, o que implica sistema de rega; que os edifícios tenham aspersores; e ainda dois extintores por piso». «Estou-me a colocar no lugar do munícipe e fico com dúvidas nestas sugestões. A água é um bem escasso, ao ter que ter sistema de rega, essa água vem de onde? Rede, furo ou charcas?», questionou a vereadora da oposição, lamentando que «em municípios vizinhos tenha acontecido haver o sistema de rega, mas, na altura de incêndios, não haver água nas mangueiras». «Estamos a desmotivar as pessoas a irem para estas zonas mais rurais», disse.

António Jorge Franco enfatizou a ideia de que o documento se foca «em sugestões para prevenção e minimização em caso de incêndios. Isto serve para os serviços informarem as pessoas» o autarca explicou ainda que «antigamente nem se podia construir nestas zonas, portanto, agora dá-se oportunidade disso, com estas diretrizes que são aconselhadas». «A carta de incêndios agora tem abertura e nós adaptámos a lei ao nosso território, sugerindo, por exemplo, que não se tenham árvores junto às casas e se possa ter um sistema que não deixe o espaço seco. Há regras para construir e há sugestões para minimizar em caso de incêndio», explicou.

Já depois da aprovação, por unanimidade, Sónia Leite defendeu que «para isto correr bem, também deve haver mais fiscalização, porque são as espécies (florestais) colocadas o maior foco de incêndio que se pode ter».

Na mesma reunião foram também aprovadas, por unanimidade, a alteração de Rua para Avenida Comendador Messias Baptista, na Póvoa da Mealhada; e a atribuição de toponímia na Rua Campo de Futebol, no Pego, freguesia da Vacariça.

 

Mónica Sofia Lopes