Depois de uma centena de espetáculos e de mais de vinte mil espectadores em 2024, o Cineteatro Messias, na Mealhada, recebe no primeiro semestre de 2025 uma panóplia de atividades com dois tributos, seis espetáculos musicais – um deles com um artista internacional -, quatro musicais, uma sessão de «stand-up comedy», um teatro e recebe ainda o 29.º Festival Termómetro, criado por Fernando Alvim e que deu palco a muitos artistas, hoje, de renome nacional.
2025 começou com o trompetista Luís Martelo, no passado fim-de-semana; seguindo-se na música, o tributo Sakamoto 1996 a 8 de fevereiro; Rita Guerra a 15 de fevereiro; Manel Cruz com a tour «Cru» a 8 de março; tributo a Amy Winehouse a 12 de abril; Samuel Úria a 26 de abril; Luke Winslow King a 31 de maio (dando o arranque para o MeaJazz & Blues que acontece em julho de 2025); e Viva Milton Nascimento a 5 de julho.
Nos musicais, o Cineteatro Messias recebe «O Principezinho» a 22 de fevereiro; «Livro da Selva» a 26 de março; «O Corcunda de Notre Dame» a 27 de abril; e «Anne Frank» a 24 de maio. Haverá ainda «stand-up comedy» com Luana do Bem a 10 de maio; e a peça de teatro «Telhados de Vidro», com Diogo Infante e Benedita Pereira, a 17 de maio. Na tarde de 13 de abril, decorrerá o 29.º Festival Termómetro, criado em 1994 pelo radialista Fernando Alvim, que revelou artistas e bandas, tais como, Ornatos Violeta, Capicua, «disc-jockey» Ride, Ana Bacalhau, David Fonseca, Noiserv, Richie Campbell e Tatanka.
No âmbito de acolhimento, em que associações e entidades utilizam o Cineteatro Messias para os seus espetáculos decorrerão: «Vamos ajudar os animais de rua» a 26 de janeiro; «III Aniversário da Filarmónica de Luso» a 16 de fevereiro; teatro «Sem Raízes» a 23 de fevereiro; «School Talents 5» a 6 de abril; «Talentos 2025» a 4 de maio; concerto solidário a 30 de maio; Gala de Educação Musical & Oficina de Música a 1 de junho; Gala Escolíadas a 13 de junho; Escolíadas Júnior a 14 e 15 de junho; Dance With Heart a 21 de junho; e os espetáculos de final de ano da Caixa de Palco a 22 de junho e da Academia de Dança do HCM a 28 e 29 de junho.
«Arte em Ação 5 + 5», «O que ficou por dizer», «25 de Abril: parece que foi ontem»; «Pensando em Traços» e «Grupo Fantasma» são as exposições que estarão patentes neste primeiro semestre de 2025.
«Esta programação está integrada numa estratégia cultural para o concelho, que pretende incentivar e capacitar as coletividades, mas também crianças, jovens e comunidade em geral, a olharem para a arte de forma diferente», começou por destacar Filomena Pinheiro, vice-presidente da Câmara da Mealhada, responsável pelo pelouro da Cultura, acrescentando que o que se pretende «é orientar o público para outro tipo de formações, com o propósito de fixar a nossa comunidade e os artistas, mas também atrair novos residentes culturais porque são esses que nos vão fazer crescer».
«Existem projetos em que não conseguimos ter casa cheia e depois há outros em que temos de fazer duas e três sessões. O importante para nós é formar públicos», enfatiza a autarca, explicando, por exemplo, que «no caso do cinema é uma resposta que queremos continuar a dar, mesmo sem sala cheia, e ainda com o acrescento de na terceira quinta-feira de cada mês promovermos uma sessão em português, onde são exibidos os filmes premiados dos Caminhos do Cinema Português».
«O produto cultura para nós é um complemento aos produtos turísticos e, também por isso, trabalhamos em conjunto com os agentes económicos», diz, revelando que há a intenção de se criar um «cluster» da cultura com artistas residentes».
Bilheteira traduz-se na «valorização dos artistas e da cultura»
O orçamento municipal para as atividades do Cineteatro Messias nos próximos meses, excetuando os de «acolhimento», é de 80 mil euros, sendo os espetáculos à bilheteira. «Se queremos valorizar os artistas e a cultura, temos de pagar um preço por isso», defendeu, ontem, António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, na conferência de imprensa de apresentação da programação. «Quando um espetáculo é gratuito, muitas vezes é desvalorizado», enfatizou.
Texto de Mónica Sofia Lopes
Fotografia de José Moura