O executivo municipal da Mealhada aprovou, com as abstenções dos três vereadores eleitos pelo Partido Socialista, o Orçamento para 2025, num montante superior a 25,3 milhões de euros, «o valor mais alto de sempre (dois milhões de euros acima ao deste ano)», lê-se num comunicado da Autarquia, que acrescenta que o mesmo fará face à concretização «de obras em curso e novos projetos – para os próximos anos – que têm agora condições para avançar». Um orçamento que não satisfaz a bancada da oposição que referiu ser um documento «de continuidade dos orçamentos anteriores». «Há obras dadas como certas em 2025, que estão elencadas desde o início do mandato», disse José Calhoa. O orçamento segue para a assembleia municipal, marcada para 12 de dezembro.

O maior valor orçamentado deste documento vai para o novo edifício dos Paços do Concelho, que vai absorver cerca de 2,4 milhões de euros; seguindo-se a Estratégia Local da Habitação, com uma dotação de 1,3 milhões de euros. Nas restantes obras, com maior valor previsto para 2025, estão o Chalet Suisso (937.965 euros), a reparação e conservação da EB 2,3 da Mealhada (842 mil euros), recuperação de instalações municipais (489.224 euros), bem como de unidades de saúde (238.670 euros). Sobre o Chalet Suisso e o novo edifício camarário (obras que vinham do executivo anterior), o presidente da Autarquia, António Jorge Franco, assumiu «falta de execução devido a constrangimentos, o que atrasa os projetos que realmente queríamos para o concelho».

No documento «plurianual de investimentos» estão também avanços em projetos como os da Plataforma Logística da Pampilhosa, expansão das Zonas Industriais da Pedrulha e de Ponte de Viadores, recuperação do Pontão da Pampilhosa, reabilitação das instalações do antigo Instituto da Vinha e do Vinho e do Cineteatro Avenida em Luso, ordenamento e embelezamento do Cemitério da Mealhada e o projeto da Quinta do Murtal.

As intervenções na Quinta do Alberto, Fonte de S. João, Posto de Turismo e Espaço museológico (todas no Luso), juntam-se à requalificação do rio Cértima e seus afluentes, assim como a requalificação da Baixa da Pampilhosa, Jardim de Infância Pampilhosa, EB 1 de Casal Comba, Centro Recolha Oficial Animal e intervenções no Centro Estágios do Luso e no Estádio Dr. Américo Couto.

Na sessão, António Jorge Franco afirmou que há «um compromisso de aumento de 4% para as associações» e que, relativamente às freguesias, «existe um grande reforço financeiro: em 2021 eram 120 mil euros; em 2022 passamos para 170; em 2023 para 180; 2024, 187.200; e para 2025 temos aqui 194.680 euros», enumerou, destacando que «apesar de todos os problemas e constrangimentos encontrados ao longo dos últimos três anos, conseguimos ter um nível de execução muito alto, que enche de orgulho a equipa e os trabalhadores do Município».

Na voz da bancada socialista, José Calhoa lamentou «tratar-se de um orçamento de continuidade dos anteriores deste executivo. Há obras dadas como certas em 2025, que são elencadas desde o início do mandato. É um orçamento de anúncios prévios e, excetuando a ampliação da Zona Industrial da Pedrulha, é tudo muito pouco». «Até ao dia de hoje só vimos mera propaganda. Esperávamos mais», enfatizou, exemplificando que muitas das rubricas «têm valores altos já para depois deste mandato, como as zonas centrais da Vacariça e de Barcouço ou até mesmo a requalificação do rio Cértima».

Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia, recordou ser este «um mandato comprometido com obras de valores avultados, assumidos anteriormente, grande parte sem estratégia de ação, como foi o caso da Piscina Municipal que dado o valor que foi, não trouxe mais valia de eficiência energética como era suposto».

 

Mónica Sofia Lopes