«Quisemos, este ano, homenagear os heróis e heroínas que são os avós e os mais velhos», disse, durante a eucaristia campal da Festa de Sant’Ana, que se realizou no passado domingo, no antigo espaço do Mercado, o pároco Rodolfo Leite, manifestando que a Santa Casa da Misericórdia da Mealhada e a Unidade Pastoral do concelho quiseram «dar esse grito»: «Ando no terreno e sei que há muito abandono escandaloso».

O Dia de Santa Ana evoca-se a 26 de julho, altura em que o grupo de gaiteiros «Os Carriços» deu início às festividades com arruada pelas ruas da cidade, terminando essa sexta-feira, com a celebração de uma eucaristia na Capela de Sant´Ana em memória dos avós falecidos, irmãos, colaboradores e beneméritos da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada, bem como dos bombeiros falecidos.

Mas o ponto alto das comemorações aconteceu, na tarde do passado domingo, com a celebração solene, tendo estado no altar o «Livro da Gratidão e da Saudade», onde foram sendo inscritos os nomes dos avós já falecidos, durante as missas nas últimas semanas. «Está aqui um livro com umas centenas de nomes que vai ser guardado nos Arquivos da Misericórdia, para que daqui a muitos anos saibam que neste ano homenageamos estes avós», referiu o padre Rodolfo Leite, desvendando que, em 2025, assinala-se os «cem anos da majestosa imagem de Sant’Ana e teremos vários momentos, entre eles, o “Jubileu dos Frágeis”».

Para Nuno Canilho, vice-provedor da Misericórdia da Mealhada, «a consagração dos avós é algo que pode ser uma tradição». «Espalhem esta mensagem e que, nos próximos anos, para além de avós, tenhamos aqui também netos», apelou, congratulando o facto «do senhor padre Rodolfo ter feito da Capela de Sant’Ana o santuário do amor dos avós, onde todas as sextas-feiras há missas».

À eucaristia de domingo seguiu-se a procissão que, em 2024, contou com a participação das três bandas filarmónicas do município – Barcoucense, Pampilhosense e de Luso – e das várias irmandades, comissões das igrejas e Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho. Como habitualmente, o percurso começou na Capela de Sant’Ana, seguindo pela Póvoa da Mealhada e descendo até à cidade da Mealhada, onde passou pela Capela de São Sebastião e pelo Jardim Municipal.

A imagem de Sant’Ana foi transportada – como o é desde 2013 – numa viatura dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, com guarda de honra. A população foi desafiada a decorar e engalanar as ruas e as fachadas e janelas das casas.

O evento culminou com um momento de convívio, com música, bebidas e petiscos servidos, pelo Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ventosa do Bairro, que assim arrecada fundos para a obra que esta IPSS está a construir. O espetáculo musical esteve a cargo do Lando Music.

 

Mónica Sofia Lopes