Os dezanove municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra deliberaram, tal como aconteceu em 2023 e foi também recomendado o mesmo procedimento em 2022, a proibição de queimas e queimadas no período de 1 de junho a 30 de setembro de 2024. Na Mealhada, António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal, garante que «a plataforma (para registo obrigatório do procedimento) não vai estar disponível» e informa que, no concelho, há um espaço, na estrada do Centro de Estágios de Luso, «para depósito dessa recolha orgânica».
A decisão, tomada pelos autarcas da região, surgiu da necessidade de uniformizar um procedimento único à escala intermunicipal, de forma a proibir o uso do fogo nos 19 municípios durante o período mais favorável à ocorrência de incêndios rurais. «Foi uma decisão conjunta de proibirmos queimas e queimadas até 30 de setembro, um prazo que pode ser largado a partir dessa data, numa tomada de posição de cada Município», explicou o autarca, na última reunião do executivo, informando que em Luso, na «zona dos Forcões, junto ao antigo campo de tiro (na estrada do Centro de Estágios de Luso) está praticamente pronto um espaço para recolher matéria orgânica».
Filomena Pinheiro, vice-presidente da Autarquia, referiu que «uma vez que o prazo de limpeza acontece até 31 de maio, corre-se o risco de os proprietários ficarem com os sobrantes e, não podendo queimar, colocarem no caixote do lixo».
António Jorge Franco apelou «ao esforço de todos os cidadãos». «Quem poder, deixa no tal espaço em Luso, quem não pode que guarde em segurança, em zona protegida», referiu o edil, recordando que «estes resíduos, muitas vezes, nem precisam de ser queimados e podem tornar-se composto e, na Mealhada, temos compostores espalhados por todo o concelho e é essa a mensagem que deve ser passada, porque todos ganhamos com isto».
«Temos de evitar incêndios e evitar que estes resíduos vão para o lixo para aterro, com custos elevadíssimos para todos nós», continuou o presidente da Câmara da Mealhada, explicando que este tipo de sobrantes «podem até adubar os nossos jardins».
Sónia Leite, vereadora eleita pelo Partido Socialista, referiu que «nunca é demais diferenciar uma queima de uma queimada». «A queima elimina alguns sobrantes, quer agrícolas, quer florestais, já cortados e amontoados. Já a queimada é igual, mas podem não estar cortados e não estão amontoados», disse, informando também que, a lei prevê algumas exceções, nomeadamente, «se houver problemas fitossanitários».
Filomena Pinheiro sugeriu ainda que seja feita «uma ação de sensibilização» sobre o tema.
Mónica Sofia Lopes