As festividades em honra de Nossa Senhora da Natividade, padroeira da freguesia de Luso, realizou-se no passado fim-de-semana. A festa, que acontece há 200 anos, teve, este ano, mais impacto com a mudança de local e a vinda da artista Rosinha. O temporal que se fez sentir, a tentativa de assalto à Igreja e o furto consumado na Capela de São João poderiam ter travado o trabalho do último ano, mas a noite de sábado superou as expectativas com mais de quatro mil pessoas presentes.

O evento, de 8 a 10 de setembro, foi preparado durante um ano, onde dez elementos, um de cada lugar da freguesia de Luso, organizaram eventos e iniciativas para que pudessem angariar dinheiro para as festividades. «Este ano quisemos uma festa maior até com o intuito de angariar dinheiro para a cobertura da Igreja de Luso, que precisa de intervenção», explicou, ao nosso jornal, João Miguel Silva, um dos elementos da comissão de festas, que, apesar de fazer um balanço positivo ao evento, desvenda as contrariedades pelas quais passaram nos três dias.

Na sexta-feira, 8 de setembro, o dia efetivo da padroeira de Luso, o temporal, para além de não ter permitido que a procissão de velas saísse à rua, ainda deitou abaixo o sistema elétrico no recinto do evento, cerca das 20h00, que este ano se realizou no parque de estacionamento, junto à Extensão de Saúde, à entrada da vila. Depois de algumas cargas de água e trovoada, o arraial prosseguiu da maneira que foi possível, contudo, «cerca da meia noite recebemos uma chamada dos elementos da banda Top Som, que iria atuar no dia seguinte com a Rosinha, a dizer que estavam num espetáculo e que por causa do temporal tinham danificado parte do material, o que não permitia ir ao Luso no sábado».

Se num primeiro momento a desmotivação tomou conta da organização, no momento seguinte, que é como quem diz uma hora depois, o problema estava resolvido com a contratação de um grupo de Mortágua, a Hopus Band.

A noite prosseguiu nessa sexta-feira e, cerca das 4h30, quando os elementos da comissão se encontravam a arrumar o recinto para dar por encerrado o primeiro dia de festividade, começaram a ouvir «uns barulhos fortes perto da Igreja como se estivessem a tentar abrir portas (tentativa que se repetiu pela terceira vez em dois meses)». «Ainda fomos a correr, mas eles acabaram por ir embora», continuou João Miguel Silva, garantindo que foi chamada a GNR e apresentada queixa. No dia seguinte, «qual não é o nosso espanto quando a população de manhã nos alerta que a Capela de São João, junto à Fonte, tinha sido assaltada e foram levados cerca de mil euros das esmolas».

Um sábado que começou assim conturbado, mas que acabou da melhor forma, com «uma enchente que há muito não se via nas festas de Luso». «Foi uma grande noite com a artista Rosinha, em que tivemos cerca de quatro mil pessoas, muitas delas vinda de fora do concelho», enalteceu o elemento da comissão com quem falamos, que faz um balanço positivo e tem tido feedback idêntico por parte da população da freguesia.

No domingo, o temporal que se fez sentir, só permitiu que a Filarmónica saísse à rua de manhã. «A nossa imagem, que tem dois metros de altura e pesa 130 quilos, ainda saiu no carro dos Bombeiros, mas começou a chover tanto, que tivemos que colocar toldos, até a fazer regressar à Igreja, caso contrário corríamos o risco de ter prejuízos com esta peça tão estimada por todos», desvendou ainda João Miguel Silva, que garante que, apesar das peripécias, a comissão está já a dar início aos preparativos da Semana Santa para a Páscoa de 2024.

 

Mónica Sofia Lopes