A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede deliberou suspender a realização do serviço de transporte de doentes não urgentes a partir do próximo dia 1 de abril de 2022.

“O aumento galopante do preço dos combustíveis, a par do reduzido valor por quilómetro pago pelo Estado, tornou este serviço incomportável para esta Associação Humanitária, forçando-a a esta drástica decisão que afetará diariamente cerca de oitenta utentes e uma média mensal de aproximadamente dois mil transportes”, lê-se num comunicado de Adérito Machado, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros de Cantanhede, que acrescenta serem “tempos extraordinários que exigem medidas extraordinárias e urgentes”.

“Há vários anos que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede reivindica do Estado o aumento do valor pago por quilómetro no transporte de doentes não urgentes”, enfatiza o dirigente, garantindo que o valor de 51 cêntimos por quilometro se mantém inalterado desde 2012. “Se, nos últimos anos, este valor tem sido insuficiente para cobrir as despesas, exigindo desta Associação o redireccionamento de verbas no intuito de assegurar este serviço à população, com a subida do salário mínimo e a escalada do preço dos combustíveis a que se tem assistido ultimamente, este esforço passou a ser insustentável”, lamentam os Bombeiros de Cantanhede.

“Esta Associação não pode continuar a financiar um serviço que é da inteira responsabilidade do Sistema Nacional de Saúde e do Estado português. Enquanto a situação não for revista e atualizada, a atividade da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede vai limitar-se só à prestação de socorro à população do concelho em situação de emergência, com a diligência e espírito de missão que sempre a caracterizou”, lê-se ainda no mesmo comunicado.