«A primeira linha de Wellington», do repórter de imagem Paulo Fajardo, estreou, no passado sábado, em simultâneo, nos municípios de Almeida, Mealhada, Mortágua e Penacova. «O que começou por ser uma reportagem, culminou com oito, nove meses de trabalho», referiu o realizador aquando da apresentação do documentário no Cineteatro Municipal Messias.
«O filme “As linhas de Wellington” começa no fim da Batalha do Bussaco e nós percebemos que ainda havia muitas histórias para contar antes disso», referiu Paulo Fajardo, garantindo que «Artur (Castro) foi um companheiro de viagem». «Ficámos sem financiamento a meio do projeto e o CineClub da Bairrada fez o milagre da multiplicação», disse ainda o autor.
Artur Castro, do CineClub da Bairrada, explicou que «este trabalho tem o objetivo de comentar a memória e o cinema é a arte que melhor consegue agregar esta dinâmica». «Não foi fácil atendendo aos prazos, mas foi muito gratificante e excedemos tudo o que tínhamos pensado inicialmente. Com este filme, Paulo Fajardo conseguiu o imaginário da Batalha do Buçaco», enalteceu Artur Castro, defendendo que o documentário possa ser, a partir de agora, «uma referência para que crianças e jovens entendam a Batalha do Buçaco».
Nuno Canilho, vereador da Câmara da Mealhada com o pelouro da Cultura, falou numa «estreia mundial», elogiando o «bom gosto» do trabalho, que agrega «um sentido de estética muito apurado». «Está aqui uma peça que pode vir a almejar alguns prémios dentro deste género artístico», disse ainda, garantindo que se ficou «muitos anos pelo evento bélico e pouco no que foi o antes e o depois (da Batalha do Bussaco). Este filme muda essa realidade».
Na Mealhada, depois da apresentação de ontem, haverá mais uma sessão ao ar livre e outra, no Cineteatro Messias, já marcada para 29 de setembro.
A edição da banda sonora do documentário ficou a cargo de João Francisco. «O realizador Paulo Fajardo levou-me a procurar a representação do tempo, do espaço e realidades bélicas com 200 anos», referiu, num comunicado, o músico.
«A primeira linha de Wellington» foi filmada durante o ano de 2020, nos concelhos de Almeida, Mortágua, Penacova, Mealhada, Anadia e Lourinhã, e teve o apoio de diversas instituições e pessoas, destacando-se o GRHMA – Grupo de Reconstituição Histórica do Município de Almeida, a Associação para a Memória da Batalha do Vimeiro, o Grupo de Recriação Histórica de Condeixa e a Associação Napoleónica Portuguesa. As gravações terminaram no passado dia 24 de abril.
Para além dos municípios envolvidos, o projeto contou com o financiamento do Centro 2020, Portugal 2020 e Centro Europeu de Desenvolvimento Regional.
Texto de Mónica Sofia Lopes
Fotografia de Miriam Vieira