Reunidas a 11 de fevereiro 2020 com os meios de comunicação social da região de Coimbra, em conferência de imprensa, as associações que em consórcio constituem o CERC – Conselho Empresarial da Região de Coimbra, elencaram muitas das suas preocupações com a atual inércia e descoordenação das entidades competentes na gestão dos apoios às empresas e falta de clareza nos seus critérios.

Estiveram presentes as seguintes associações empresariais: ACIBA – Associação Comercial e Industrial da Bairrada e Aguieira, ACIFF – Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, ADEC – Associação de Desenvolvimento Empresarial de Condeixa, ADI – Agência de Desenvolvimento Integrado Tábua e Oliveira do Hospital, AEC – Associação Empresarial de Cantanhede, AEDP – Associação Empresarial de Poiares, AEM – Associação Empresarial de Mira, AES – Associação Empresarial de Soure, AESL – Associação Empresarial Serra da Lousã, APBC – Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, CEMC – Clube Empresários Mirando do Corvo, NEP – Núcleo Empresarial de Penela e NERC – Associação Empresarial da Região de Coimbra.

As associações unidas em consórcio representam mais de 15.000 empresas sediadas nos 19 municípios da Região de Coimbra e representam um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros.

Atuando a uma só voz, na representação e defesa dos interesses do Comércio, Serviços, Indústria e Turismo da Região de Coimbra, as associações constituem o principal interlocutor entre as Empresas e Empresários da Região Coimbra com a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM), bem como da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), do Governo Português e demais entidades públicas e privadas.

 

Entre as muitas das preocupações apresentadas pelo tecido empresarial da Região de Coimbra, destacam-se as seguintes:

  1. Apoios à família devem ser comparticipados a 100% pelo estado, atualmente o funcionário recebe 66% de salário e a empresa suporta 33% (ou seja, as empresas suportam 50% da remuneração recebida pelo colaborador). Pretende-se que o trabalhador não perca rendimento, para não afetar o consumo com efeito negativo na economia circular e que as empresas não tenham que suportar um custo com um colaborador que não está disponível, numa fase de quebras resultante do confinamento.
  2. Alargar o apoio do Estado, na comparticipação aos testes à Covid-19, que neste momento estão a ser suportados pelas empresas. Resultando num avultado esforço das empresas, com o objetivo de salvaguardar a saúde dos seus trabalhadores e cumprimento dos contractos assumidos com os seus clientes.
  3. As regras de isolamento profilático e acompanhamento a filhos menores de 12 anos, devem ser claras e uniformes em todo o país. É importante que as regras do isolamento profilático sejam uniformes e claras em todo o país, quem, como e duração de quem deve ficar em isolamento profilático. Relativamente a assistência de menores temos assistido a alguns “braços de Ferro” entre empresários para ver quem é o conjugue que fica em casa com os filhos. É importante que as regras sejam claras e justas evitando conflitos desnecessários e em que habitualmente ganha o empresário mais intransigente, gerando uma sensação de injustiça.
  4. Alargar os apoios a mais empresas, que neste momento apenas contempla as empresas com quebras de faturação acima dos 25%. Por exemplo muitas empresas viram-se obrigadas a vender todos os seus produtos a preços de saldos para assim escoar o stock e realizar “dinheiro”, o que permitiu quebras de faturação abaixo de 25 %, (muitas entre os 10 % e os 20 %) com margens muito perto de zero, penalizando a tesouraria desta empresa para futuros compromissos e investimentos. É urgente criar novos apoios, mais claros e objetivos que cheguem a mais empresas, pois a crise está a chegar a todos os sectores e a todas as empresas sem exceção.
  5. Criar linhas de apoios para as Associações Empresariais que neste momento desenvolvem um papel fulcral, desde a identificação e divulgação das medidas de apoio, na verificação da elegibilidade das empresas, no apoio às candidaturas, e que com os seus escassos meios, estão empenhadas em ajudar o máximo de empresas possível, mas sem apoios extra do estado será muito difícil a manutenção destes apoios.

 

É urgente a resolução da maioria dos constrangimentos do tecido empresarial da Região Coimbra, para uma rápida e sustentada recuperação da economia e para que as empresas prosperem.

Perante esta nova realidade (COVID 19) e as dificuldades que as empresas atravessam neste momento sem precedentes, é urgente que os nossos governantes no imediato disponibilizem e reestruturem todas as medidas de apoio já anunciadas para a adaptação das empresas, por forma a que a nossa economia não entre em rutura, para que juntos possamos lutar pela manutenção do maior número de empresas e assim “conter” a subida abrupta da taxa de desemprego dos últimos meses.

 

 

Fonte: CERC – Conselho Empresarial da Região de Coimbra