Cerca de oito dezenas de pessoas, quarenta delas oriundas da Suécia, Finlândia e Luxemburgo, estão na região Centro, até hoje, 24 de outubro, a participar numa conferência internacional intitulada “Economia Verde – Uso Múltiplo da Floresta”. Um projeto que pretende tirar partido do que melhor se faz na floresta nos quatro países envolvidos e que, na manhã da passada terça-feira, teve o seu epicentro na Mata Nacional do Bussaco.

Depois da Suécia há um ano e de Luxemburgo em maio passado, chegou a vez de Portugal receber uma comitiva do projeto de Cooperação Transnacional “Economia Verde – Uso Múltiplo da Floresta”. O arranque deu-se no coração da Mata do Bussaco e a escolha parece não ter sido ao acaso. “Os participantes ficaram deslumbrados com este local”, começou por dizer, ao «Bairrada Informação», Mário Fidalgo, diretor executivo da AD ELO (Associação para o Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego), que a par com a ADICES (Associação de Desenvolvimento Local) e DUECEIRA (Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça), representam os Grupos de Ação Local (GAL) envolvidos nesta parceria de cariz internacional. “Estamos perante um bom exemplo de um património muito bem recuperado e trabalhado, que nem todas as pessoas, até mesmo os portugueses, conhecem”, acrescentou.

A partilha de ideias parece ser o fundamental deste projeto que envolve a Suécia, Finlândia e Luxemburgo e em Portugal, através das GAL, os municípios de Cantanhede, Mealhada, Mira, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Penacova, Águeda, Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela, Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares.

Cofinanciado no âmbito da Abordagem LEADER/ Desenvolvimento Local de Base Comunitário do PDR2020 – Programa de Desenvolvimento Rural -, cabe às três entidades portuguesas – AD ELO, ADICES e DUECEIRA – a sua gestão. “Realizamos visitas técnicas nos quatro países envolvidos e, neste caso concreto, centramo-nos nas potencialidades do uso múltiplo da Floresta, como por exemplo, madeira, produto turístico, aquífero e um recurso natural por si só”, adiantou ainda Mário Fidalgo.

E o Diretor Regional de Agricultura do Centro, Fernando Martins, também presente na sessão inaugural, que decorreu na Sala dos Brasões do Hotel Palace do Bussaco, aplaude a iniciativa. “Em boa hora a União Europeia atendeu ao facto de as potencialidades dos territórios serem melhor aproveitadas se forem feitas em conjunto”, começou por dizer, garantindo que as GAL presentes “representam o potencial do mercado” e são também “um importante instrumento de estímulo e de aprendizagem de novas ideias para o desenvolvimento futuro”.

Em comunicado, as entidades envolvidas explicam que o projeto pretende contribuir “para que os diferentes territórios rurais possam partilhar boas práticas relacionadas com a economia verde, o sector florestal e o desenvolvimento sustentável, nomeadamente num conhecimento mútuo de sistemas florestais e de gestão florestal com características diferenciadas e usos sustentáveis da floresta nas áreas de produtos, recursos, energia, turismo, entre outros”.

Depois da passagem pela Mata do Bussaco, da visita às empresas Pellets Power Lda. e Central de Biomassa (Mortágua) e de um jantar nas Caves Messias, na terça-feira; e de ontem, os participantes terem estado no Caramulo de manhã, almoçado junto à Albufeira da Barragem da Aguieira, em Santa Comba Dão, visitado o Parque Natural de Vila Nova de Poiares e terminado o dia no Castelo da Lousã; hoje é a vez de uma visita ao Parque Biológico, terminando a «conferência» com uma visita à cidade de Coimbra.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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