Os documentos previsionais do Orçamento Municipal da Mealhada, para o ano de 2019, no valor de vinte e dois milhões de euros, foram aprovados, por maioria, com os votos contra da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”. Segue-se, agora, a votação em Assembleia, no próximo dia 27 de dezembro.

O relatório começa por fazer alusão “a uma série de acontecimentos gravosos que afetaram o concelho da Mealhada em 2018”, nomeadamente, as derrocadas no Pavilhão, no muro da Piscina e na encosta da Quinta do Alberto, na vila de Luso. A estas obras inesperadas juntou-se ainda a tempestade Leslie que provocou destruição em várias estruturas municipais. Para tudo isto a autarquia mealhadense prevê um investimento de cerca de um milhão de euros, para além de “muitos dias de trabalho de vários elementos do pessoal operário e de engenharia da Câmara Municipal”.

Para 2019, o executivo socialista, liderado por Rui Marqueiro, assume a continuidade de  uma série de investimentos iniciados este ano, tais como, as obras  na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) da Mealhada e ligação de águas Mealhada – Antes – Ventosa do Bairro; intervenções no Convento de Santa Cruz e Ermidas da Via Sacra (no Bussaco), na Secundária da Mealhada, nos Jardins de Infância de Casal Comba, Canedo e Carqueijo e no Mercado Municipal da Pampilhosa.

Modernização administrativa, rede de saneamento de Barcouço e Mealhada e de Vacariça e Luso, bem como combate ao insucesso escolar, fazem parte do programa de continuidade.

Mas o ano de 2019 prevê-se de início para novos investimentos municipais. No Luso, a criação de uma Sala Polivalente; reparação da encosta da Quinta do Alberto e arranjo do parque de estacionamento. Na Pampilhosa, realização dos projetos Chalet Suisso e de reparação do Pontão; e, na Mata do Bussaco, a reparação do Chalet de Santa Teresa, bem como das garagens.

Destaca-se ainda, uma “grande reparação” na Piscina da Mealhada; aquisição de prédios, na Antes, para melhoramento do largo do Lar de Idosos; realização do projeto de ciclovia de Ventosa do Bairro – Mealhada; e reabilitação no Bairro Social da Póvoa da Mealhada.

Mas para Hugo Silva, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, “este é um orçamento que em tudo está alinhado com o orçamento anterior”, onde “se apenas acrescenta o resolver de catástrofes”. Para a oposição, o documento “tem na sua base, maioritariamente, o adiar da execução da obra prometida, continuando omisso em temas relevantes como o do desenvolvimento económico explicito pela ausência de verbas alocadas às Zonas Industriais”.

No final da sua declaração de voto, Hugo Silva acrescentou ainda que “este é um orçamento de oposição ao desenvolvimento económico e financeiro do concelho”.

Mas Rui Marqueiro, presidente da autarquia, considerou que citar o investimento “unicamente no poder da Indústria é redutor”, exemplificando que “investir na Mata do Buçaco” contribui para o desenvolvimento do Município, bem como a presença “em feiras (turísticas) nacionais e internacionais, publicitando hotéis, termas, restaurantes e produtores de vinho, é contribuir para a economia local”.

Para além disso, acrescenta o edil, “requalificar os mercados é apoiar a fileira dos mais desfavorecidos economicamente”, assim como, continua, “pensamos que investir na melhoria das escolas, e qualidade da educação, é investir na população local”.

O autarca concluiu ainda estar “acompanhar as novas oportunidades de financiamento” provenientes do Programa 2020. “Procuramos manter as finanças municipais saudáveis, como até aqui”, rematou.

 

Mónica Sofia Lopes