As multas de estacionamento na R. Joaquim da Cruz, no centro da vila da Pampilhosa, foram tema de “discussão” na reunião pública da Câmara da Mealhada, que se realizou na passada segunda-feira, dia 4 de dezembro. O assunto levou a que um munícipe se deslocasse ao órgão manifestando-se desagradado por ter sido autuado numa rua onde “sempre estacionou”.

A R. Joaquim da Cruz, onde se localiza uma Farmácia, é de dois sentidos e, até há bem pouco tempo, tinha dois sinais, à entrada do troço, no sentido Norte – Sul: um que indicava fim de proibição de estacionamento e outro que estabelecia o local como Parque. Na prática as viaturas estacionavam do lado direito da via (obrigando os carros a circularem alternadamente), cingindo-se por sinais “descontextualizados”.

E quem o explicou, ao «Bairrada Informação», foi o Capitão Cláudio Lopes, comandante do Destacamento Territorial de Anadia da Guarda Nacional Republicana, que garante que “o Código da Estrada se sobrepõe a qualquer sinal de trânsito”. “Ora numa via com dois sentidos, em que de um lado os carros estacionam e isso impede que o trânsito seja feito normalmente, a explicação está logo dada para que os condutores sejam multados”, refere.

“O Código da Estrada é a força maior de todo o resto. Para além disso, estávamos perante a inobservância das regras da boa convivência social”, acrescentou o comandante do Destacamento Territorial de Anadia da GNR, explicando assim que, desde que a situação foi constatada, fez “pressão para que a Câmara retirasse os sinais de trânsito que, na realidade, não estavam bem”.

E foi a partir daí que as multas começaram a surgir, “saltaram” para as redes sociais e, na manhã de segunda-feira, para a reunião pública da Câmara. O assunto foi levantado por Hugo Silva, da coligação “Juntos pelo Concelho da Mealhada”, que questionou se “houve alguma alteração de trânsito, uma vez que as pessoas têm sido autuadas, com multas altíssimas, e apanhadas, muitas vezes, desprevenidas quando vão à Farmácia”.

Rui Marqueiro, presidente da autarquia, explicou que “houve alteração à sinalização por pressão enorme da GNR” que, por sua vez, alega “estar a cumprir o Código da Estrada”. “Já pedi ao comandante territorial que seja sensível a este facto e já mandei os serviços colocarem lá dois lugares de estacionamento para a Farmácia”, disse ainda o edil.

“Sabemos que nas localidades é difícil estacionar e sabemos que, no caso concreto da Pampilhosa, daqui a um ano será tudo diferente, com a criação de estacionamentos, junto à obra do Mercado…”, acrescentou Rui Marqueiro.

A reunião, pública, foi também visitada por um dos munícipes multado na rua em questão. “Acho que devia ter sido efetuado um aviso prévio às pessoas, antes da retirada dos sinais”, começou por dizer Mário Rui Cunha, considerando “inoportuno o momento escolhido, uma vez que está em curso uma obra com estacionamento” e alegando que “a Brigada faz aquele circuito várias vezes ao dia, com a intenção de multar”.

O presidente da autarquia repetiu o que já tinha explicado à vereação, acrescentando que “este é um assunto muito discutido com o comandante territorial”. “Tentamos explicar-lhe que as vilas e aldeias foram construídas anteriormente ao Código da Estrada, mas temos tido visões diferentes do assunto”, declarou.

“A falta de civismo dos condutores levou a que este comandante tomasse outra atitude. E a bem da verdade, também tenho que dizer que, todas as semanas, recebo alertas de pessoas que me falam em excesso de velocidade dos condutores nas suas ruas”, explicou ainda Rui Marqueiro, concluindo que “as forças de segurança são autónomas. O que o Município faz é sensibilizar”.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

Fotografia de José Moura