O «231 Fest – Festival da Juventude da Mealhada» de 2025 realizou-se no passado fim-de-semana e o balanço das quatro edições do evento é, segundo o executivo camarário, «francamente positivo». Um evento que parte da Zona 231, do setor da Juventude do Município da Mealhada, e que, segundo o vereador Hugo Silva, «para além de os jovens terem pedido um festival, ainda se responsabilizaram por “alimentá-lo”». O nosso jornal pôde confirmar isso mesmo, na passada sexta-feira, com três dos vários jovens voluntários que estiveram na linha da frente do evento.

Nem a chuva demoveu milhares de jovens, de vários pontos do país, a virem à Mealhada para ver os seus artistas favoritos num palco por onde passaram, entre outros, Lon3r Johny, Dillaz, VSP AST ou até mesmo as bandas emergentes do concelho como Synapse e Sinker, nas noites de 2 e 3 de maio. A Quinta do Murtal foi mais uma vez o epicentro da festa, que contou com mais de três dezenas de jovens voluntários que desde a picagem dos bilhetes até à reportagem fotográfica dos concertos foram os responsáveis «por levar a cabo mais uma edição do “231 Fest”».

Quase a bater a meia-noite do passado dia 2 de maio, o recinto está cheio e Cláudia e Sandro fazem uma pausa no seu «trabalho» para falarem com o nosso jornal. «O meu namorado integra a “Zona 231” e eu por inerência comecei a participar e nunca mais saí», conta, entre risos, Cláudia Gonçalves, de 27 anos, oriunda da cidade de Coimbra, que não se coíbe de enaltecer o setor da juventude do Município da Mealhada: «Este contacto entre a Autarquia e os jovens não o tenho na minha cidade e acho incrível a visão que têm neste concelho».

Responsável por verificar as entradas com o equipamento da «ticketline», Cláudia confessou-nos estar a gostar de estar na linha da frente do festival. «É muito giro ver o entusiasmo dos jovens quando estão a chegar aqui», enfatiza. Palavras corroboradas por Sandro Alves, de 19 anos, residente na Mealhada. «Estou na “Zona 231” desde o ano passado e gosto muito do ambiente. Apesar de viver na Mealhada, algumas pessoas de cá só conheci e fiz amizade precisamente aqui, neste projeto», explica o jovem, também ele a trabalhar na bilheteira da «ticketline». «Esta interação que se gera logo à entrada é muito engraçada, principalmente quando a máquina falha e se geram risos», diz, afirmando que, apesar do painel de artistas não fazer o seu género musical, «gosto desta concentração de jovens e ainda mais de ter a oportunidade de estar neste papel organizativo».

Ana Luísa Teixeira tem 22 anos e reside em Souselas. A amizade com o jovem mealhadense Vitor Fernandes levou-a ao contacto com a «Zona 231». «Um dia quando publicaram nas redes sociais que precisavam de jovens voluntários não hesitei em “concorrer”», diz a jovem, que nesta edição do «231 Fest» esteve responsável pela reportagem fotográfica de palco. «De repente quando o recinto encheu e me vi ali na grade, junto ao público, com tamanha responsabilidade, acho que me senti em choque, mas pela positiva. Esta experiência e oportunidade não as teria, agora, em mais lado nenhum», afirma, garantindo que no «231» se sente «em casa». «As pessoas são muito acolhedoras. Foi um “atirar de cabeça” que valeu muito a pena na minha vida», confessa.

«Os jovens responsabilizaram-se, ao longo de quatro edições, por fazerem acontecer o festival. É um festival para eles e alimentado por eles, desde a criação do cartaz, dos artistas nacionais à escolha dos jovens talentos», afirmou, na reunião do executivo, Hugo Silva, responsável pelo pelouro da Juventude, salientando tratar-se de um evento «seguro e familiar». «Foi uma aposta ganha», enaltece o presidente da Autarquia, Jorge Franco, corroborado por Filomena Pinheiro que afirma que o evento «marcou este mandato».

 

Mónica Sofia Lopes