Detetar falhas, envolver a comunidade, boa ligação dos vários meios na operação e tempo de resposta rápido foram os principais ingredientes no balanço final do simulacro dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, que decorreu, na manhã do passado sábado, no centro da cidade mealhadense. “Os objetivos do simulacro foram conseguidos e, em termos de organização, foi muito positivo”, disse, ao nosso jornal, Nuno João, comandante da corporação da Mealhada.
O «acidente» deu-se na Avenida 25 de Abril, uma das maiores artérias da cidade da Mealhada, com uma colisão envolvendo um autocarro, com vinte passageiros, e dois veículos ligeiros. Se numa primeira intervenção chegaram os Bombeiros da Mealhada, poucos minutos depois, a ação necessitou do auxílio das corporações da Pampilhosa, Mortágua, Cantanhede, Brasfemes, Voluntários de Coimbra e Sapadores da Coimbra, num total de 90 operacionais e 20 veículos. Do acidente resultaram duas vítimas mortais – o condutor do autocarro e o condutor de um dos veículos ligeiros – e quatro vítimas graves.
Tudo parecia real, mas não passou de «um grande exercício de treino», cujo o balanço foi «muito positivo» e contou com 22 figurantes. «Os objetivos do simulacro foram conseguidos, nomeadamente, a ligação entre as várias entidades da proteção civil no exercício, o que nos tranquiliza para quando uma situação destas for real. Positiva foi também a adesão da comunidade», destacou Nuno João, comandante dos Bombeiros Voluntários da Mealhada, acrescentando que a operação contou «com um locutor – o 2.º Comandante da corporação – que ia explicando o que estava a acontecer. Desta forma, a assistência percebeu como os bombeiros atuam em determinada situação e porque às vezes é preciso tempo para isso».
O simulacro contou ainda com a participação da Delegação no Concelho da Mealhada da Cruz Vermelha Portuguesa, que acionou o Posto Médico de Maiorca, mas também da Guarda Nacional Republicana da Mealhada e do Serviço Municipal na Mealhada da Proteção Civil.
«Estamos a falar de um exercício de grande dimensão, em que conseguimos detetar uma ou outra situação em que não se esteve tão bem e é nessas que nos focamos. Mas o balanço final é francamente positivo. Entre a retirada da primeira vítima e a última, passou uma hora. E é preciso ter em conta que estamos a falar de um simulacro, em contexto real, esse tempo diminuiria», disse ainda Nuno João, explicando que «os meios estavam todos concentrados no quartel, porque o exercício que se queria treinar não era o do tempo da chegada dos meios, mas a do socorro de acidente com multivítimas».
Sobre a pertinência do simulacro na Mealhada, Nuno João garante que «é total, na medida em que somos atravessados pelo IC2 e pela A1. A probabilidade de um acidente destes acontecer, é grande».
Nesta operação, foi também visível o laço azul em alguns bombeiros e viaturas, numa ação da corporação da Mealhada em se associar à Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, no mês da prevenção dos maus-tratos na infância, este ano sob o mote “Serei o que me deres…que seja amor”.
Texto de Mónica Sofia Lopes
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