Cerca de dezoito mil pessoas – entre pagantes e não pagantes (tendo em conta moradores e crianças até aos seis anos que entravam gratuitamente) – passaram pelo Carnaval Luso Brasileiro da Bairrada, na cidade da Mealhada, nos três corsos realizados em 2025, «um número recorde», face aos últimos anos. Escolas de samba, Associação do Carnaval da Bairrada e espectadores falam num espetáculo «bonito» e com muita «animação».

Os números ainda são provisórios, mas tudo aponta que tenham assistido ao evento seis mil pessoas na tarde de domingo, cinco mil na noite de segunda-feira e sete mil na tarde desta terça-feira. «O balanço é muito positivo e acho que é unânime que foi dos melhores anos do evento. Com dois meses de preparação, foi a prova de que o Carnaval está vivo e uma grande vitória para todos os envolvidos», declarou, ao início da tarde de ontem, Victor Ferreira, presidente da direção da Associação do Carnaval da Bairrada, explicando que «a venda de bilhetes online correu muito bem, com muitos a serem adquiridos à porta do recinto. Quando as pessoas chegavam e se apercebiam de que podia ser daquela forma, faziam a compra e evitaram estar em filas. Chegámos a ter um pico de venda de 400 bilhetes online em meia hora».

O dirigente não se coibiu de elogiar as quatro escolas de samba (Amigos da Tijuca, Batuque, Real Imperatriz e Sócios da Mangueira) congratulando «o empenho, a qualidade, a animação e o bom trabalho». Também os reis – a atriz brasileira Luana Piovani e os mealhadenses Manuel Lopes e Lourenço Ligeiro, autores e protagonistas do filme «A Ratoeira Portuguesa» – cumpriram com rigor o reinado de três dias. «Quando a Luana Piovani chegou à nossa sede e viu, em imagens, os reis que já por aqui passaram ficou bastante admirada», disse o presidente da direção da ACB, adiantado que a atriz «gostou muito de plantar uma árvore na Mata do Bussaco e foi sempre uma pessoa bastante disponível para falar com pessoas e tirar fotografias».

«Foi um ano espetacular», garante Margarida Oliveira, da comissão de gestão da Real Imperatriz, admitindo que, desde a escola à organização do evento, «tudo fluiu sem problemas, muito descontraído e com grande alegria». «Mesmo sem concurso, cumpriu-se a qualidade», enfatizou.

Leonor Dantas tem treze anos, mas já desfila há sete pela escola de samba Sócios da Mangueira, confessou, ao nosso jornal, minutos antes do arranque do último corso de 2025, que gosta de Carnaval «em primeiro porque me divirto, depois porque gosto de samba e também porque aqui fiz amigos novos». Os milhares de visitantes e algum frio (que se fez sentir principalmente no passado domingo) não «intimidam» a jovem: «Gosto mesmo muito de desfilar. Este ano adorei os fatos e as coreografias da minha escola».

O público aplaude. «Vim há três anos pela primeira vez e voltei hoje», afirmou-nos Célia Cunha, oriunda de Fafe, que acompanhada da família, optou por passar o dia de ontem na Mealhada. «Viemos cedo, fomos comer um maravilhoso leitão e depois ver este desfile, que está muito melhor do que há três anos. O sol ajudou, mas a verdade é que é um espetáculo que vale bem o dinheiro», rematou.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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