O Grupo de Ação Sociocaritativo da Mealhada, um dos pertencentes à Unidade Pastoral no concelho, promoveu um jantar solidário de angariação de fundos, na noite do passado sábado, que contou com cerca de 270 pessoas e um conjunto alargado de apoios por parte de várias empresas – entre eles, restaurante Castiço e Caves Messias – e também da comunidade. D. Virgílio Antunes, Bispo da Diocese de Coimbra, esteve presente no encontro, onde enalteceu «o belíssimo trabalho» do GASC da Mealhada, referindo «ser um exemplo do que gostaríamos de ter em outras Unidades Pastorais». Já o padre Rodolfo Leite, pároco na Unidade Pastoral da Mealhada, relembrou o facto «de em algumas semanas, o GASC da Mealhada, gastar entre mil a 1.500 euros no apoio a famílias carenciadas».

Perto de três centenas de pessoas estiveram presentes no jantar solidário do GASC da Mealhada – que «ampara» direta e indiretamente cerca de cem famílias -, e que contou com o apoio de diversas empresas da Mealhada, bem como de particulares e de donativos por parte de algumas pessoas, que não podendo estar presentes na iniciativa, quiseram na mesma contribuir.

«O Grupo Sociocaritativo da Mealhada não tem a missão simplesmente de dar, no que toca às primeiras necessidades das pessoas. Dá uma resposta próxima, construindo aquilo do que cada um precisa. A primeira preocupação não é a carência do dinheiro ou da comida, mas a do amor», referiu o padre Rodolfo Leite, explicando que «muitas vezes, a situação dos que batem à porta é culpa dos próprios, mas outras vezes são vítimas da negligência e da indiferença».

Citando o Papa Francisco, o pároco da Mealhada afirmou que «quando um pobre aparece, a Igreja não pode esperar nada para o ajudar». «Na Mealhada, nesta Unidade Pastoral, nunca ninguém vai esperar», enfatizou, explicando que em algumas semanas o GASC da Mealhada «chega a gastar de mil a 1.500 euros. Basta haver apoio em duas rendas, contas na farmácia e entrega de três, quatro cabazes, que esse valor fica logo comprometido».

Virgílio Antunes referiu existirem muitas pessoas em dificuldade, nomeadamente, de carácter económico, familiar e de habitação, «mas aquilo que marca mais as pessoas chama-se solidão por não se sentir o aconchego dos outros à sua volta». «Se não pudermos ajudar, de qualquer outra maneira, ao menos que estejamos próximos», apelou.

O Bispo da Diocese de Coimbra enalteceu «o belíssimo trabalho do GASC da Mealhada», referindo «estar a funcionar como um grande exemplo do que gostaríamos de ter, efetivamente, em todas as Unidades Pastorais da Diocese de Coimbra. Pode ter o nome que se entender, mas tem de existir algo assim, em que a preocupação é a de não se deixar ninguém para trás». «E todos sabemos que os pobres e os que têm mais dificuldades são mesmo quem mais fica para trás. Apoia-se, não por caridade, mas por uma questão de justiça», enfatizou.

 

Mónica Sofia Lopes