O MeaSénior da Associação CADES – Cooperação Artística, Desportiva, Educativa e Social está no seu segundo ano de implementação na comunidade e não para de aumentar o número de inscritos na Pampilhosa e em Ventosa do Bairro. O projeto, que pretende ser uma extensão da Universidade Sénior – nas temáticas Vitalmente e Atividade Física – para quem não consegue participar nela, é visto como um investimento, por parte das Juntas de Freguesia das localidades que abrange, pelo enfoque e estímulo cognitivo que traz a um nicho da comunidade, cuja média de idades dos participantes é de 75 anos.
Todas as semanas, as responsáveis e formadoras do MeaSénior deslocam-se às freguesias que aderiram ao projeto para colocar em prática o projeto. Na vila da Pampilhosa é dada a disciplina de Vitalmente – Estimulação Cognitiva; em Ventosa do Bairro, para além desta aula, há também ginástica. «O projeto surge pela necessidade de chegar aquelas pessoas que dificilmente conseguiriam ir, por diversos motivos, às aulas da Universidade Sénior. Foi apresentado às Juntas de Freguesia e a Pampilhosa e a União de Freguesias aderiram logo ao repto», explicou, ao nosso jornal, Patrícia Figueiredo, uma das mentoras do projeto, garantindo que o mesmo «é um complemento importante ao processo de envelhecimento cognitivo, trabalhando a concentração e a atenção, tão mencionado pela Organização Mundial da Saúde».
O protocolo entre a Associação CADES, que implementa o projeto, e as Juntas de Freguesia, que assumem os custos, representa na comunidade muito mais do que algumas horas semanais de aulas. «É uma atividade que vem ter diretamente com a comunidade e lhes permite também uma sociabilização», continua a formadora, enquanto explica à sua plateia – durante um exercício cronometrado de dez contas em 60 segundos – a importância do que estão a fazer: «O nosso cérebro está concentrado a tentar resolver o exercício, gerando uma capacidade de resposta num curto espaço de tempo. É bom acertar, mas se isso não acontecer, não é importante. O tempo aqui nunca é em vão».
E os participantes aplaudem. «A minha filha é que sugeriu frequentar e tenho duas disciplinas que gosto muito. Traz-nos cultura, melhor concentração e um bom convívio», disse, ao nosso jornal, em Ventosa do Bairro, Maria Aduzinda, de 83 anos, garantindo que, apesar de conhecer todas as colegas de aula – cerca de uma dezena – «passavam-se semanas em que não as via, apesar de morarmos na mesma localidade».
Palavras corroboradas por Licínia Baptista Lopes, de 78 anos, que vive com o marido «portador de alguns problemas de saúde», que admite que se não fossem estas horas semanais «não sei como estaria a minha cabeça». «Nem quero imaginar se algum dia isto acaba, porque saio sempre mais aliviada e convivo com pessoas que passava meses sem ver».
Abílio Semedo, presidente da Junta da União de Freguesias da Mealhada, Ventosa do Bairro e Antes, garante que um projeto «é uma mais valia para os seniores, em que para além de os ajudar de várias formas, ainda os tira de casa». «Já estamos no segundo ano e a sala disponível da Junta em Ventosa já começa a ser insuficiente para a procura que temos ao projeto. É um investimento que fazemos com muito agrado e que gostaríamos de estender à localidade da Antes», sublinhou.
Na Pampilhosa já são duas dezenas de participantes. «Tivemos uma boa experiência no ano passado e, durante as férias, as pessoas estavam sempre a perguntar-me quando era o recomeço. É um bom projeto que, no caso da Pampilhosa, tem vindo a crescer em número, o que significa que é do agrado dos fregueses e isso, para nós, é o mais importante», corroborou o Autarca da Junta, Mário Gaspar.
Mónica Sofia Lopes