Os locais de assembleia de voto no concelho mealhadense voltaram a ser tema na última assembleia municipal, depois de, no passado mês de abril, no mesmo órgão, um deputado municipal, eleito pela coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada», ter sugerido para que, no caso da cidade da Mealhada, as mesas se mudassem para o Centro Escolar, para as eleições europeias, tendo o presidente da Autarquia justificado que isso transtornaria o normal funcionamento escolar no dia seguinte. Agora, na última sessão, um munícipe que vota em Luso, no Pavilhão Municipal, defendeu para esta freguesia semelhante local – Centro Escolar – situado na vila.
Utilizando o período de intervenção do público, Ângelo Gomes, eleitor em Luso, admitiu que as respostas dadas na assembleia de abril de 2024 ao deputado Pedro Semedo «deixaram a desejar, até porque o resto do país vota em escolas». «Em Luso – onde o ato eleitoral acontece no corredor da entrada principal do Pavilhão Municipal – há fatores que devem ser considerados. Por exemplo, na mesa 1 é difícil ver quem entra e quem sai, o eco propaga-se e às vezes nem se sabe qual o nome do eleitor que se está a ler», lamentou o munícipe, garantindo ainda «existir insuficiência de luz». «O Centro Escolar – ao lado do Pavilhão – seria a melhor opção e devemos trabalhar para facilitar a vida a quem ainda exerce o seu voto», defendeu. Declaração que levou António Jorge Franco, presidente da Câmara da Mealhada, a admitir uma análise «para que se arranje uma melhor localização para as eleições».
Recordamos que o assunto já tinha sido espoletado por Pedro Semedo, da coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada» – PSD, CDS, Iniciativa Liberal, Partido da Terra e o Partido Popular Monárquico -, em anterior reunião, que, referindo-se às eleições legislativas deste ano na Mealhada – que há muitos anos se realiza no quartel dos Bombeiros -, afirmou que «a organização não foi muito boa», nomeadamente, no que toca «à colocação do mobiliário e organização do próprio espaço, onde faltaram cadeiras». «Está na altura de começarmos a pensar numa mudança de espaço até pelo facto do frio e do calor que ali se faz sentir», referiu, sugerindo o Centro Escolar da Mealhada para o efeito: «É um espaço com estacionamento à porta, o que facilita, e trata-se de dar conforto a quem está nas mesas um dia inteiro».
Nessa assembleia municipal, o presidente da Autarquia lamentou desconhecer as queixas «de frio, calor ou de falta de mobiliário», recordando que o quartel dos Bombeiros «sempre foi o local de voto na Mealhada». «No Centro Escolar, realizando-se eleições, ao outro dia não pode haver aulas», disse, na altura.
Na última sessão do órgão, que aconteceu na noite da passada sexta-feira, Pedro Semedo voltou a enfatizar o que já tinha dito na reunião passada, acrescentando que, com as alterações nas mesas de voto – que permitiram que qualquer pessoa votasse em qualquer assembleia pelo país – «na primeira mesa tivemos muito mais afluência ficando os outros a olhar para nós, o que significa que com este novo sistema eleitoral, a primeira mesa vai ter sempre mais trabalho». «Ponto que achei ainda mais grave é que sem grande esforço quase que se via onde muitas pessoas votavam porque o ângulo das mesas não estava bem colocado», lamentou ainda, corroborado por João Silva, do executivo da Junta de Luso, que referiu que, um mês antes das europeias, enviou um email ao Município a sugerir mudança, «uma vez que o corredor da entrada do Pavilhão não tem condições de funcionamento», dando como alternativa as salas do piso superior, que têm escadas e elevador, ou para o próprio campo do Pavilhão, com acesso pelo portão».
Mónica Sofia Lopes