O Jardim de Infância de Sant’Ana assinala esta quarta-feira, dia 1 de junho, 43 anos de existência, numa altura em que a comunidade está cada vez mais envolvida no projeto. Atualmente com quarenta crianças em creche, quarenta e três em pré-escolar e quarenta e três no Centro de Atividades de Tempo Livres, a instituição aposta na sustentabilidade do serviço com o alargamento da Creche, uma obra a iniciar a curto prazo, mesmo que faseada, uma vez que, neste momento, não estará abrangida por qualquer tipo de financiamento.
As redes sociais têm ajudado, mas a verdade é que a comunidade circundante ao Jardim de Infância de Sant’Ana está cada vez mais envolvida neste projeto infantil. «O recreio precisa de uma intervenção profunda e a equipa educativa moveu-se para angariar fundos, com pequenas vendas e até já se conseguiu algum valor consistente para começarmos este investimento», começa por explicar Graça Henriques, diretora técnica do JISA, congratulando-se pela onda solidária que se gerou à volta disto, em que contam com o apoio de diversas empresas, desde o design, à oferta de azeite e até uma empresa de arquitetura que fará o croqui da remodelação em 3D. «Fizemos também parcerias com empresas ligadas ao setor da saúde, que para além de descontos e vantagens às nossas crianças, ainda promovem ações de sensibilização aos pais e funcionários», explica ainda.
Ao trabalho diário da coordenadora pedagógica, Sara Martins; das educadoras Eliana Almeida, Eden Ricco e Alexandra Santos; e da animadora Joana Alves; juntam-se para além dos parceiros de negócio, as famílias das crianças. «Aqui há uma envolvência muito grande com os pais, que foi ainda mais fomentada durante a pandemia em que criamos laços quase 24 horas por dia», enaltecem as educadoras, desvendado que para a angariação de fundos «foram feitos bolos para algumas iniciativas, em que os pais trouxeram os ingredientes para não termos essa despesa. Andamos a dar o corpo humano e os pais trouxeram enciclopédias e esqueletos. É uma interação fantástica a que temos aqui, que chega ao ponto do gerente da empresa que nos fornece carne, ao ver uma torneira estragada na cozinha, ter mandado cá um técnico e custeado o arranjo da mesma».
Recentemente, a escola, com o apoio da Junta de Freguesia e da Câmara da Mealhada, procedeu à limpeza de um espaço ao ar livre, tomada pelas silvas há já vários anos. «Queremos que as crianças tenham o equilíbrio entre o espaço fechado, mas também o de andar ao ar livre e o apoio da comunidade foi inacreditável. Um avô e um pai de uma das nossas crianças construiu um engenho em madeira para as crianças colocarem as galochas; outros trouxeram paletes para fazermos casinhas e compraram parafusos para fixar as redes do espaço. Houve até uma empresa que nos ofereceu oliveiras», explicam as educadoras, assegurando estarem a cultivar uma horta «onde até já têm alfaces».
Em junho acaba o triénio do projeto educativo «@CRdar», patente na pesquisa e no conhecimento, na expressão artística e na formação pessoal, que dará início a um novo que já está a ser trabalhado. Para além disso, o JISA disponibilizará o serviço de Apoio ao Estudo, a partir de setembro, no horário do CATL para alunos até aos dez anos; retomando as aulas de karate, ballet, hip hop, música, ioga, piscina, francês, inglês e língua gestual, com professores contratados, nas outras respostas. Na alimentação, a variedade é palavra de ordem, com uma periodicidade apertada de avaliação das ementas feita por nutricionista.
O próximo grande passo será «o urgentíssimo alargamento da Creche que fará face à procura e criará alicerces para a sustentabilidade da instituição, permitindo que neste setor passemos de 40 para 77 crianças», garante Graça Henriques, desvendado que, ao fim de dois anos, já têm luz verde para avançar depois de receberem o parecer da Segurança Social.
Texto de Mónica Sofia Lopes
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