Os vereadores da coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada» votaram contra um apoio monetário à Fundação Bussaco, maioritariamente para a finalização da candidatura da Mata a Património da UNESCO, defendendo ser esta uma obrigação do Governo tendo por base a publicação em Diário da República do Decreto-Lei n.º 35/2021 que altera as regras aplicáveis à Fundação Mata do Bussaco. Rui Marqueiro, presidente da Câmara da Mealhada, recordou que «o apoio do Estado ajudará muito o Bussaco», mas que a lei «agora até é mais abrangente» permitindo que câmaras e juntas de freguesia financiem o referido monumento nacional.
O pedido de apoio, de cerca de 40 mil euros, abrange algumas obras, mas destina-se fundamentalmente à finalização da candidatura do Bussaco a Património da UNESCO. «Continua a ser o Município a custear e o Estado sempre de fora. Até quando vamos continuar a financiar algo que já não é da nossa competência?», questionou Hugo Silva, vereador da coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada», na reunião do executivo, que se realizou na passada segunda-feira.
Em resposta, Rui Marqueiro defendeu que «mesmo que não seja da forma que o tem feito até agora, a Mata situa-se no município da Mealhada e estou de acordo que a Câmara vá ajudando. Para além disso, os períodos em que o Estado mais ajudou o Bussaco até foi agora».
«O apoio do Estado vai ajudar a Mata do Bussaco, mas a lei continua a autorizar que sejam feitas contribuições financeiras e agora de forma mais abrangente porque permite que isso seja feito por parte das autarquias locais, câmaras e juntas de freguesia, e não nos podemos esquecer que a Mata também pertence a Mortágua e Penacova», referiu ainda o autarca que, na ausência de Guilherme Duarte, vice-presidente da Câmara e nomeado, recentemente, presidente interino da Fundação, usou do voto de qualidade para a aprovação do ponto da ordem de trabalhos.
Sónia Branquinho, da coligação «Juntos pelo Concelho da Mealhada», disse votar «contra este constante apoio à Fundação» e Nuno Canilho, vereador eleito pelo executivo de Marqueiro, defendeu o seu voto favorável, manifestando que «a Câmara da Mealhada terá sempre responsabilidade, dever e obrigação de financiar aquilo que é seu». «É a nossa joia da coroa», enfatizou.
Na mesma reunião, o executivo foi ainda informado de uma «intervenção pesada» que será feita no espaço cedido à Associação Recreativa, Desportiva e Cultural da Lameira de S. Pedro, na freguesia de Luso. «Eles pediram um apoio para o telhado, mas quando os técnicos da Câmara lá foram ficaram horrorizados com o que viram. Estruturalmente aqui está mal e sendo um bem municipal tem que ser a Autarquia a intervir», disse Rui Marqueiro, garantindo que «a Câmara vai gastar bem mais do que aquilo que foi pedido. Será uma obra para alguns meses».
Texto de Mónica Sofia Lopes
Fotografia de Arquivo de José Moura