O procedimento concursal para a requalificação ambiental e paisagística da zona do Monte Crasto, em Anadia, já foi lançado e está prestes a ser adjudicado. A obra, cujo investimento ronda os 800 mil euros, aguarda a aprovação dos fundos comunitários através de uma candidatura ao Centro 2020. «Não vamos descaracterizar o Monte Crasto. Vamos requalificar aquilo que já existe», disse Teresa Cardoso, presidente da Câmara de Anadia, na última sessão da Assembleia Municipal.

Em abril passado, a Autarquia de Anadia tornou pública a decisão do executivo de avançar para a requalificação ambiental e paisagística da zona do Monte Crasto. «O objetivo é transformar aquela zona, no centro da cidade de Anadia, num espaço verde urbano, dotado de sinalética, trilhos e circuitos de manutenção, miradouro com vista panorâmica sobre a cidade e a zona serrana, espaços de lazer e de merendas, em sintonia com a valorização e conservação dos recursos naturais e históricos», lê-se num comunicado de imprensa dessa altura, tendo a Autarquia também feito um vídeo onde abordava a respetiva intervenção.

Um vídeo que Rui Bastos, deputado eleito pelo PCP, defende que «pode induzir em erro, uma vez que não indicia que venha a ser acautelada a preservação de todas as espécies arbóreas existentes», assim como, «pode dar a entender que desaparecem importantes vestígios de uma extensa história, atendendo aos indícios conhecidos que tudo apontam para importância arqueológica de toda a zona do Monte Crasto». «Acho que não ficaria mal suspender o concurso e dar todos os esclarecimentos adicionais numa discussão pública», propôs Rui Bastos.

«A questão do Monte Crasto é uma preocupação que todos devemos ter, até porque é o nosso pulmão verde da cidade, que sempre escapou aos fogos», começou por dizer a presidente da Câmara de Anadia, garantindo «não suspender o concurso», até porque isso levaria a um custo acrescido de se ter que «indemnizar os concorrentes». «As pessoas devem tentar esclarecer-se connosco e não procurar as redes sociais. Nós não queremos descaracterizar o Monte Crasto, queremos requalificá-lo», enfatizou a autarca, defendendo que o local venha a ser «um ponto de passagem e de visita, como já o foi no passado».

«O projeto estava concebido há já algum tempo, o investimento era avultado, mas a partir do momento em que percebemos que podíamos ter esta requalificação nos fundos comunitários, avançámos», continuou Teresa Cardoso, explicando que «os caminhos serão aqueles que lá estão; vamos conduzir as águas pluviais; requalificar os pavimentos, não impermeabilizá-los como já li; e vamos colocar iluminação led’s e painéis solares para que à noite as pessoas possam usar aquele local». «Vamos dar um espaço mais digno, com materiais sustentáveis, e se possível manter as árvores que estão e ainda colocar mais algumas. O palco fica lá e queremos dignificar aquele pequeno santuário. Os trilhos que já existem serão melhorados», enumerou a edil.

Recordamos que o Monte Crasto tem 94,5 metros de altitude, destacando-se no vale plano que acolhe a sede do concelho e as povoações limítrofes, dali se avistando a paisagem em redor, numa vasta extensão.

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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