A atual lei que impede a Administração Central de financiar a Fundação Bussaco vai ser alterada. Pelo menos, foi essa a promessa que o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, deixou (na passada sexta-feira) ao presidente do Município da Mealhada, Rui Marqueiro, que há anos critica o impedimento do Estado em financiar a Mata do Bussaco.

«É urgente mudar o modelo ultrapassado» de gestão da Mata Nacional, apelou, ao final da tarde da passada sexta-feira, o autarca, lamentando a existência «de uma lei que impede o financiamento (à Fundação) por parte da Administração Central». «A Fundação vive de receitas próprias, provenientes do turismo, e, este ano, por exemplo, caíram para um quinto do que no ano anterior», afiançou o edil, defendendo que o território dos 105 hectares da Mata, que engloba diversas áreas – turismo, cultura, religião, história, floresta –, deveria ter como alçada principal de gestão a Administração Central do Estado.

Rui Marqueiro sublinhou que a autarquia não pode continuar praticamente sozinha a suportar financeiramente um equipamento que vive de receitas turísticas e transferências de verbas municipais, apontando o final do ano como data limite para encontrar uma solução e garantindo «não nomear mais nenhum presidente da Fundação Bussaco».

Já na semana passada, ao «Bairrada Informação», o presidente da Câmara da Mealhada, demonstrou não ser «correto que o Estado não tome conta daquilo que é seu». Para Marqueiro, se «o estado olhar pela Mata» e o Município pelo património edificado, «onde está melhor preparado para dar resposta», já era positivo. «Se cada um se ocupar naquilo em que é melhor, a gestão do Buçaco vai ser também certamente melhor», rematou.

E o ministro do Ambiente e da Ação Climática parece concordar. «Sim, a lei vai ser mudada, faz todo o sentido que a lei seja mudada. É uma promessa que faço aqui hoje e que será cumprida pelo senhor secretário de Estado (da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território) João Paulo Catarino», disse o ministro, no Bussaco. «É justo o apoio, é justa a partição em encargos financeiros com a Mealhada. Queremos gerir mais de perto, não queremos gerir de Lisboa», reconheceu o governante, elogiando a serra, situada no concelho da Mealhada, que diz ser uma «preciosidade». «A valorização do capital natural é o melhor que podemos fazer», enalteceu.

As declarações foram proferidas, na Sala dos Brasões, no Palace Hotel Bussaco, aquando da assinatura do Protocolo «Ações de Conservação da Natureza, Requalificação e Melhoria das Condições de Visitação da Mata Nacional do Bussaco» entre o Fundo Ambiental, o Município da Mealhada e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Um protocolo, no valor de 100 mil euros, que segundo o ministro do Ambiente contribuirá «para a gestão deste fantástico espaço».

 

 

Texto de Mónica Sofia Lopes

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